31.12.11

Desesperar Jamais

Desesperar jamais
Aprendemos muito nesses anos
Afinal de contas não tem cabimento
Entregar o jogo no primeiro tempo

Nada de correr da raia
Nada de morrer na praia
Nada! Nada! Nada de esquecer

No balanço de perdas e danos
Já tivemos muitos desenganos
Já tivemos muito que chorar
Mas agora, acho que chegou a hora
De fazer Valer o dito popular
Desesperar jamais
Cutucou por baixo, o de cima cai
Desesperar jamais
Cutucou com jeito, não levanta mais
- Ivan Lins

30.12.11

3




Mulher zen-crochista



Tia Angie faz crochê. Essa simples frase diz muito sobre o perfil e a personalidade dela. Tem 88 anos, cabelos brancos e uma lucidez de fazer injeva. O crochê é dos tempos em que menina prendada tinha habilidade manual artística. Ela tem outras. Hoje mesmo me disse: "É bom que você aprenda também. Minha irmã nunca se interessou, ficou velha e agora vive entediada. Eu não, na minha idade ainda crio muita coisa, faço presentes, passo o tempo inventando coisas que deixam as pessoas felizes". Eu ri. Ela tem razão. Mas assim como a meditação me causa nervos, o único tricô ou crochê que não me entedia é aquele feito com as amigas. Eufemismos dos tempos modernos...



Não sei se foram o cruzar de agulhas o seu mantra, mas o fato é que Tia Angie criou sete filhos numa boa. Todos homens que construiram bem as suas histórias e foram formar as suas próprias famílias. Todos unidos para celebrar a vida nas mais diversas ocasiões. É bonito de ver. Algo que é caro e tão raro nos tempos atuais. Certamente deve ter sido difícil controlar o gênio de sete garotos dentro de uma casa sem grandes condições. E ela ainda fazia crochê... Mulher zen-crochista, inaugurando uma fórmula própria de transcender o caos.


Gosto de suas tiradas, porque essas me surpreendem por partir de alguém que não parou no tempo, mesmo tendo esse direito. Ainda hoje ela gosta de ler e disse: "Menina, esse negócio de romance não é comigo não. Pura historinha, a gente não conhece a verdade. Gosto de livros que me ensinem alguma coisa". A sabedoria dos cabelos brancos agora tem nas mãos "Deus é Vermelho", de Liao Yiwu, que conta a história secreta de como o cristianismo sobreviveu e floresceu na China comunista. Faz a leitura sem precisar de óculos. Seus filhos já não podem se gabar do mesmo. Tempo, esse menino maroto.


Passamos a tarde com ela por perto, confortavelmente instalada na 'cadeira do papai'. "Eu gosto dessa, porque tem braços para me apoiar". Quem negaria esse mimo a ela? Eu e o Soneca, seu neto, víamos um filme. Fiquei bem quietinha prestando atenção na tela. Achei que ela nem fosse se interessar pelo que estava na TV, afinal, as mãozinhas estavam tricotando a toda. No final, a história terminou com uma canção no ar e o casal apaixonado dançava pela rua. Então, ela resume bem a situação: "Bons eram os tempos em que as pessoas curtiam essa história de serenata. Hoje em dia, a mulher pega até carrapato na rua e já leva para o motel". hahahahahahaha



Tia Angie é dessas mulheres que não apenas vê o tempo passar, mas sabe muito bem como brincar com ele. Essa menina marota,  zen-crochista  de cabelos brancos.

essa paz na terra em que piso



Ansiedade nas alturas, embora haja toda essa paz na terra em que piso (como mostra a imagem). Meu maior desafio segundo os espaços internos nos quais habito seria ir para um local de meditação. Depois de dormir muito - porque seria fatal isso acontecer e a cada dia durmo mais e mais me aborreço com isso - o tédio me dominaria em 5 segundos.


Não sou uma mulher contemplativa. Not at all. Mas é impossível não contemplar esse pôr-do-sol. Tenho vontade de agradecer a Deus por tanta beleza. E há simplicidade na beleza que enche os nossos olhos de encantamento.


Talvez amanhã, no último dia do ano, eu vá para a beira da lagoa. Marcarei ali um encontro comigo mesma. Uma viagem ao meu interior, me despedindo de um velho tempo e abrindo espaço para esse novo ano que está prestes a se mostrar, inteiro.  

29.12.11

Por um Pingado de amor



Mudar a rotina. Essa é a principal vantagem que encontro ao deixar a minha casa para visitar outros lugares por mais de um dia. Sair do lugar comum. Abandonar a segurança do conhecido e dar um salto para o módulo não-programável. Tudo se altera: alimentação, sono, quantidade de água diária, nível etílico costuma se elevar. Viajar é mudar temporariamente os hábitos. Curioso é notar que a sua percepção e mente também passam a funcionar em outro ritmo.

Quando não estou preocupada com os mosquitos que desenvolveram o péssimo hábito de me jantar à noite, presto atenção naquilo que as pessoas andam dizendo. Com o estresse deixado de lado, você naturalmente relaxa a mente. E o óbvio de um aviso, uma chamada carinhosa, até outrora sistemática e aborrecida, ganha novos contornos. E você faz como os nativos do interior: fica matutando. Ando tendo muito tempo para matutar.

E no exercício do meu ócio criativo, um cachorro me fez ganhar o dia. Pingado é grandão, mas ainda é um bebê. Não tem noção do seu tamanho ou força, mas mostra o seu lado crianção ao disputar atenção com o outro cachorro, o Cosme (mais velho e escolado). Chamei o Pingado para uma parte coberta da varanda, porque estava começando a chover, me sentei no chão e começamos ali uma troca sem fim de carinho. O que mais um bebê quer da vida, além de carinho e alimento? Nisso, humanos e filhotes se assemelham demais. Quem não cresce mais saudável ao receber alimentação e carinho? Depois, quando as faculdades mentais começam a funcionar é que surge a questão do interesse. Antes, é apenas uma necessidade vital, que os bichos conseguem manter até o final da vida.

Não conhecia o Pingado. Desenvolvemos a nossa relação nos instantes brevísssimos daquele primeiro encontro. Ele deitou a cabeça no meu colo e ficou quietinho, recebendo atenção. Por algum motivo e de alguma forma ele soube que eu não representava uma ameaça, mesmo não sendo alguém "de casa". Resolvi dar a mesma chance a ele, que ficava abrindo aquela bocarra, querendo brincar de morder. Coloquei meu pulso dentro da boca do cachorro. E nada. Pingado não apertou. Só brincou com meu braço, cheirou, lambeu... Continuou pedindo colo e carinho. E sem perceber, fiquei horas ali com ele. Tempo perdido? Que nada, foi um tempo de alta qualidade para a minha vida. Quem dera eu, você, as pessoas em geral, pudéssemos demosntrar livremente esse carinho desisnteressado. Porque às vezes, até quem tem esse desejo é reprimido pelas circunstâncias. 

27.12.11

Fui...

BIBI is on the road :)

Acho linda

Foto: Carolina Dieckmann para Marie Claire

Mãe-Natureza-Hormonal



Não é que o BibideBicicleta esteja progesterônico, gente. O mundo é que está copulando e produzindo mini-humanos de um nível de fofura irresistível! Também não é a Mãe-Natureza-Hormonal gritando dentro de mim, porque eu já tive uma vontade infinitamente maior de crescer e multiplicar. Por hora, dar colo (brincar) e admirar as gracinhas alcançam o meu nível básico de satisfação no quesito.


E o mais legal é que tem uma pessoa que AMO MUITO que está grávida. LÓGICO que eu estou LOUCA para contar, mas não sei se posso. Mas estou TÃO feliz. Sei que ela vai ler. E faço questão de expressar a minha alegria aqui. Mesmo que você fique roendo a unha ai do outro lado para saber quem é e eu roendo os cantos dos dedos do lado de cá para contar. Pois é, estou na fase das unhas grandes e pintadas de vermelho. Não posso roer! Nhé! 


Fato é que vem mais gente linda para habitar o meu mundo e esse mundo em que habito.

Ma petit




Shemesh costumava esticar os bracinhos para pedir colo. As mãozinhas nervosas na minha direção. Abrindo e fechando em sinal de urgência. Estava sempre enrascada com alguma travessura do irmão do meio. Mas na disputa de colos, quase sempre ele ganhava. E justamente por isso, quando ela me escolhia, era um momento muito especial. Não era de chorar. Lembro dos cílios, longos e lindos. E da língua presa quando começou a falar. Puro charme da caçulinha de dois irmãos e uma penca (das grandes, viu?) de primos.

E o tempo passou, a Terra girou, o sol deu adeus e olá muitas e muitas vezes. Shemesh ficou mais velha, mas para mim ela nunca cresceu tanto assim. Aliás, a natureza também foi generosa com ela e numa espécie de toque de mágica retardou o tempo e a deixou petit. Mas essa pequena cresceu e amadureceu muito mais rápido que a maioria de nós. Outra brincadeira com o tempo. Foi morar sozinha aos 16 anos, assumiu relacionamentos sérios desde então, passou a tocar a casa e a vida com responsabilidade precoce. Cada um vai tecendo a sua história nessa brincadeira com o tempo. É uma parceria com o movimento dos acontecimentos.

Minha petit Shemesh então encontrou um amor definitivo para a vida. Casou lindo, no fim de tarde, à beira-mar. A moça que vendeu o vestido acho que era para uma debutante. Mas ela já tinha debutado na vida e desbundado as regras. Assim também fez a sua segunda escolha: totalmente consciente. Ela fez a escolha. Minha petit fille agora espera sua petit princesse. E eu estou louca para voltar no tempo e ver outra vez aquela menininha esticando os bracinhos, abrindo e fechando os dedinhos nervosos na minha direção para pedir colo. E na realidade, no meu colo cabem as duas e quem mais tocar dessa forma o meu coração.


26.12.11

O legal do processo de 2011

Foto: Tabach
Não sei definir ao certo o que foi 2011. O meu desejo é que tenha sido um ano de pelo menos muito aprendizado e amor para quem lê. Que tenham encontrado aqui encanto e alento e que estes tenham se multiplicado pela vida prática afora. Vivemos através da nossa natureza relacional. Eu sou o que sou, mas posso ser melhor diante de um olhar cúmplice e sincero. Eu sou também o que espelho através do outro. Sou o que acolho e também o que emano. Então, nesses termos, posso definir 2011 como um tempo de superação, afinal, voltei a dirigir. E a amar a direção. Venci um medo do tamanho que eu dava a ele. E era dos grandes, viu? Ainda hoje, quando me percebo tranquila no trânsito, olho para os céus e agradeço. 2011 me fez conhecer o gosto da liberdade reconquistada. Você já sentiu isso? Superação com gosto de liberdade reconquistada? Pense bem, vale a pena lembrar.


Contudo, achei que fosse alcançar outras etapas, que ficaram pelo caminho. Então experimentei um pouco de frustração. Tive que lidar com um certo abatimento da moral. Acontece nas melhores famílias, não é mesmo? Não! Acontece com todos. São as variáveis do destino que nos ensinam a lidar com aquilo que é a totalidade de uma vida em desenvolvimento. E sabe o que foi mais legal nesse processo? Perceber que quando eu estava bem chateada, sempre existiu alguém com uma palavra, um sorriso, um apoio manifesto das mais diferentes formas. Frustração, o remédio da sua cura chama-se: amizade. Que bom que mesmo andando tão reclusa, consegui criar vínculos afetivos com pessoas que são individualmente geniais e necessárias por mim e para mim. Laços, o que você fez a respeito deles esses ano?


Também dei dois belos saltos no escuro. Ok, na penumbra. Eu sempre me certifico das redes de segurança: reais e divinas. Larguei tudo para voltar para a faculdade e dei de cara com um  mundo novo e extremamente desafiante. Não sou mais a mesma, perdi muito gás. Mas ainda somos os mesmos, quando temos uma meta, objetivos que nos desafiam. Basta encontrar as novas ferramentas da existência. E usá-las, oras. E quando a faculdade já era parte de uma realidade, parti para solidificar uma amizade que havia começado aqui, pelo BibideBicicleta. Fui para outros estado me encontrar com a Fer, amiga virtual, e voltei com uma irmã no coração. Há surpresas que a gente mesmo é que corre atrás, não é? 


Fiz algumas coisas no impulso. Experimentei ser o que eu não era. Houve ruído e estranhamento. Ainda busco acomodar encontros com a vida dos quais não compreendo a função. Abracei menos, beijei mais, me vi do avesso e coloquei algumas pessoas nessa situação. Provoquei. Questionei. Internalizei dúvidas. Expressei algumas angústias e muitas ideias. Dormi demais (muito mesmo, muito mais do que necessito. Foi incontrolável e aborrecido). Fui absolutamente espontânea. Fiz rir e fiz chorar. Chorei. Um pouco menos que no ano passado. Um pouco mais pelos fins de linha. Muito durante o filme "Um Dia", que a despeito de toda  a crítica derrubando, marcou meu ano. Foi um pouco vergonhoso sair fungando da sala de cinema (risos). Mas desde quando eu tenho vergonha daquilo que sinto? Deveríamos ser um pouco mais relaxados quanto à expressão das nossas emoções positivas, não acham?


Metas para 2012? Desconfio do que posso vir a escrever agora, aqui, junto com quem me lê. Escrevo no coração com as tintas de uma esperança de um futuro ainda melhor. A fé, a esperança e o amor, no fim, são os que nos movem. Minha médica diz que a coisa mais difícil de se mudar nessa vida são os velhos hábitos. Talvez esse seja o grande desafio de todos nós. Fazer diferente, mas não circunstancialmente. Reescrever os fatos aparentemente concretos, mas que nos prendem ao mesmo lugar. A história é dinâmica. O pulsar do sangue nas nossas veias, não nos deixa esquecer essa máxima. Novos hábitos, mais saúde, mais vida. Recomeçar enquanto ainda há tempo, enquanto o coração pulsa.


Uma das minhas últimas matérias "pessoais" que virou post foi na Região Serrana. Ali eu falava também sobre renascimento. A entrevista era com a atriz Fernanda Pontes e o empresário Diogo Boni, que estavam apresentando a primeira filha deles, a Maluzinha. No meio daquela confusão de troca de roupa, escolha a melhor pose, pensa na foto... Eu peguei aquele anjinho no colo. Coloquei-a numa posição na qual ela pudesse ver tudo o que acontecia à sua volta. E tudo o que tivemos ali, com  nossa conexão, foi paz. Maluzinha percebia o mundo a seu redor, com olhares curiosos. O calor do corpo de uma pessoa estranha a ela, e a proteção de um abraço foi o suficiente para ela estar bem. E fazer o bem (afinal, o sorriso da foto não deixa dúvidas sobre o meu estado de graça naquela momento)


Foto: Selmy Yassuda
Experimentando a delicadeza da Maria Luiza (superfashion com fitinha no cabelo e pinky All Star), percebi algumas coisas importantes: amor é algo que todo mundo tem e pode ofertar; se percebermos o mundo com a curiosidade de uma criança, tudo vai parecer encantador; existe paz no calor de um abraço; uma criança desperta o melhor de nós quando ainda acalentamos alguma esperança no coração; ficamos cientes da nossa pequenez diante da grandeza do amor e do cuidado que outro ser humano tão frágil nos desperta.  

News

Mais duas matérias, para encerrar o ano. E desejo mesmo, aquele desejo de fundo de coração sabe?, que 2012 seja mais produtivo nessa área. Mais freelas, mais desafios, mais oficinas, mais contos, mais trabalhos publicados, mais crônicas, ainda mais inspiração para o blog. Desejo contar histórias de pessoas que passaram e continuam passando pela minha vida e deixado um legado transformador. Famosos ou anônimos, amigos ou conhecidos, gente que apenas passa e gente que chega para ficar. Que bom que o fim de ano é o ensejo de desejos. Há muito querer e algum realizar. Sigamos...


Casamento Felipe Dylon


104 anos de Oscar Niemeyer

All I want for X-Mas is U

23.12.11

2012


22.12.11

RIO

Meus Ciclistas, é verão no Rio de Janeiro. Apesar dos prós e contras, essa é a estação que mais tem a cara da cidade e como esse lugar é incrível, bonito por natureza.  Com celulares em punho, alguns queridos registram o dia lindo na Cidade Maravilhosa e quase fizeram poesia com as imagens. Os pensamentos e as rimas  eu deixo para cada qual fazer a sua...

Arpoador por Mônica Ramalho

Leblon por Vinícius Belo
Rio Summer por Patricia Brandão
Fim de Tarde por Mônica Ramalho
O Anoitecer por Luiza Valdetaro

a verdadeira fonte da juventude é a mudança




Terminei de ler  "TAMANHO Não Importa" da Meg Cabot e agora me joguei no "quando Paris cintila" da Betty Milan.


A Meg Cabot é a mesma autora de "Diário da Princesa". Faz uma literatura comercial e um pouco adolescente, mas as histórias são delicinha. O cotidiano da mocinha é absolutamente americano, o que me atrai por questões pessoais-afetivas. Foi bom de ler duas ou dezoito páginas na cama, antes do dormir sob a luz da luminária que meu Pai me deu, no Ano do Pensamento Mágico*. Dia desses pensei sobre isso, em como um presente tão simples (barato), se tornou absolutamente fundamental (indispensável e útil) na minha vida, em questões de necessidade mesmo e também nas inúmeras hipóteses metafóricas que me oferece. Sobre o livro, adverte-se que não é leitura-cabeça, mas leitura-diversão. Mas a Meg Cabot me impressiona grandemente pelo número de títulos que lança a cada ano. A mulher é uma CPU de ideias, uma máquina de escrita. Todo meu respeito & afeição diante de sua capacidade.




Agora, a Betty Milan eu não conheço tão bem a sua obra. Quer dizer, sei que ela escreve para a VEJA e é colunista de uma área que eu aprecio bastante, que é o Consultório Sentimental. Peguei o livro mandado pela Record para a redação que eu visitava, porque o nome para mim era uma marca e eu queria conhecer além do layout. Mas, tanto quanto a gente pode acreditar nos verbetes da Wikipédia, Betty Milan tem um CV sensacional. E o que me fez colocar "quando Paris cintila" na frente da pilha de livros a serem devorados, foram as frases que o apresentam em sua orelha:


* para ir bem longe não é preciso caminhar muito
* a aventura mora na esquina
* é preciso estar atento para não ser vítima da repetição
* a existência implica a transfiguração
* só quem se expõe à desaprovação pode ser aprovado
* a vida não dá garantia
* o tempo passa, a sabedoria não
* quem canta a saudade sabe de si
* basta não ser insensível à magia para que ela aconteça
* só quem é masoquista faz balanço
* não é preciso sair do lugar para ir à China
* o enigma faz a arte existir
* a verdadeira fonte da juventude é a mudança
* quem contempla se poupa
* o saber e a cura dependem da paciência
* a morte educa
    

Pensamento





Estranho ver esses filmes que remetem a Natal e fim de ano com cenas de neve e pessoas tilintando de frio superagasalhadas, quando aqui a gente começa a morrer de calor. Meu cérebro não processa a informação da tela! :) Sabe cara-crachá? Não funciona. Sinto ainda mais calor de olhar gorros na tela :)



Fim de Ano


Fim de ano e os pensamentos rolando, rolando sem encontrar um pouso. Muita gente faz a sua listinha do que foi e do que há de ser. Retrospectiva e Perspectiva. Há muito de bom nisso. Aliás, talvez seja o que justifique esse alvoroço de fim de ano: um momento de reflexão. Porque na realidade, nua e crua, o que muda efetivamente é o número a ser preenchido no final da data em um talão de cheques, por exemplo. Num futuro breve, nem isso. Os talões podem estar com seus dias contados. Mas se existe a oportunidade de um balanço geral e de uma correção nos rumos: why not? 


Não tive e nem fiz as minhas listas de pretensões e realizações. Ando cansada de desejos que se repetem. Não comecei as dietas, não me matriculei e frequentei com seriedade nenhuma academia. Não escrevi o livro. Não me engajei em um projeto social. Talvez também não tenha sido uma boa menina. Tampouco fui uma menina má o suficiente para operar uma mudança. Mas tive os meus momentos! Claro, todos nós tivemos. A vida é dinâmica e os números mudam sempre. E assim sabemos que estamos vivos!  

20.12.11

UEPA!


19.12.11

Durma em Paz

Foto: Bibi de Bicicleta


Hoje foi um dia bem diferente. Sem dúvida, especial.Mesmo recheado de incoerências. Acordei muito cedo. Antes do relógio despertar. Estava animadíssima para um dia de trabalho na redação. Café, notícias, banho. Fui de carro, o que me deixa - ainda - maravilhada. Recomendo esse tipo de vitória a todos, porque a durabilidade é longa, viu? Satisfação quase garantida. Quase, porque ainda tenho sérios problemas para estacionar. Como diz o poeta: mulheres! Mas a liberdade ao volante me proporciona sensações nunca antes sentidas. Exemplo? Não ligar muito mais para engarrafamentos. Ainda desfruto dessa fase tipo lua de mel. E sempre agradeço a Deus quando percebo que estou em paz no trânsito. 


Cheguei bem cedo na redação. E mais! Na hora combinada, mesmo tendo que negociar a minha vaga com o dono do estacionamento, que conversava aos brados comigo da sacada do prédio em frente, usando apenas uma sunga preta e seu barrigão... Não, não era área de praia e o dia estava chuvoso. Vai entender?


Quando o relógio estava batendo 12 horas de trabalhos sem sair da mesa nem para comer, eu respirei. Agradeci a Deus a chance de estar ali. Agradeci por ser apenas eventual e não algo rotineiro. Agradeci, porque o dia foi absolutamente de paz, embora tão dinâmico. Agradeci, porque sendo sincero ou não, sempre que chego ali sou recebida com muitos sorrisos, beijos e abraços. E quando achava que tudo já tinha sido, dito, pensado e feito, tal qual no trecho daquela música - "da janela lateral..." me vem a surpresa: um lindo fim de tarde/começo de noite para dignificar a alma trabalhadora. Saquei o celular e reverenciei a paisagem emoldurada, traços certeiros de um Criador inspirado. Taí registrado o resumo do meu dia. "Agora é hora de descansar", Ele deve estar me dizendo. "Durma em paz".


Foto: Bibi de Bicicleta

News

Algumas matérias (feitas ou editadas) que ainda não havia compartilhado:


Foto: Ivan Faria/ Revista Caras

Bodas de Prata de Zeca Pagodinho e Mônica




Foto: Selmy Yassuda/Revista Caras

Fernanda Pontes e Diogo Boni apresentam a filha, Maria Luiza



Fafá de Belém e Mariana direto de NY


Simone Soares e Mário Meirelles se casam no Rio





18.12.11

Curvas


“Eu sei andar de bicicleta, eu só não sei fazer curva” 
- Fabricio Carpinejar


16.12.11

Li por ai


"Destreza é uma questão de treino, 
mas iniciativa depende da vontade, 
e esta varia tanto entre as pessoas 
quanto a cor do cabelo 
ou a predisposição para engordar. 
Tem de tudo." 
- Eugenio Mussak

Pic


Tédio, colchão & livros


O tédio me domina por completo nesses dias. 
E ainda faltou luz o dia todo, minha gente!
Fiquei completamente medieval em minhas ações!
Quando você está prestes a virar bicho, eis que surge o convite:


- Bibi Vamos sair?
- Sair? Claro Mãe! Vamos para onde?
- Comprar um colchão novo para a minha cama.
- Fico pronta em 10...


Minha gente, quando a compra de um colchão vira o melhor dos programas, é sinal de que a coisa está realmente séria! Pior é ter que deitar em cada um deles, porque sua mãe faz chantagem emocional e diz que você certamente herdará o bendito! Acho um mico do tipo gorilão ficar deitando em colchão de loja, minha gente. Mas o pior veio depois. Nos separamos e adivinhem para onde fui? LI-VRA-RIA. Uma hora depois ela me liga e eu digo exatamente onde eu estou. É claro que ela acha a loja, mas não me encontra no café, como o combinado. Entre um gole e outro do pretinho básico eu ouço:


"Atenção: Bia Amorim, sua mãe está te esperando no atendimento ao cliente. Atenção, Bia Amorim..."


Fiquei como?
A Desinibida da Biblioteca, muito prazer!   

14.12.11

Rio Lindo!



Rio & Amor & Sol & Sabor & Sensação & Alegria & Risos


Que me desculpem os outros lugares, 
mas o Rio é fundamental!



Think


A castração daquilo que é desejo 
se torna a causa das nossas angústias


Pergunta?

Question - Se o inconsciente existe realmente como dizem (e delimitam), isso quer dizer que de alguma forma - excluindo-se os acontecimentos externos que nos pegam de surpresa e exigem ação/reação/mudança de rumo - nós não somos donos do nosso nariz?


O que controlamos realmente?

Li por ai

Eu Existo - Desde Sócrates, o Homem pensa em maneiras de solucionar suas angústias. O ato de filosofar surgiu dessa premissa: a de observar, investigar e tentar compreender a miscelânea de sentimentos que nos formam.


"As satisfações substitutivas, tal como as oferecidas pela arte, são ilusões, em contraste com a realidade; nem por isso, contudo, se revelam menos eficazes psiquicamente, graças ao papel que assumem na vida mental" - Freud explica.

13.12.11

Think


12.12.11

Faltam 15 dias!!!

Ou apenas uma pequena deixa para expor a minha figura alegre para vocês...

acontecimentos extraordinários


... Depois me perguntam por que eu tenho tantas histórias. Olha bem essa foto? Uma grávida de oito meses fazendo ponte sob seu próprio filho. Sentiu o naipe dos meus amigos? Ser escritora não está apenas nas minhas veias, mas o material humano perfeito está sempre à minha volta, me enchendo de vida. Muitas vezes a história não se faz porque eu não percebi a sacada das acontecimentos extraordinários por trás de movimentos óbvios! Bem, muitos nem tão óbvios assim, não é? E para encerrar esse pequeno aparte com chave de ouro, reproduzo aqui a frase que acompanha a foto:

"A vida é uma diversão"   

Laisser vivre!

no movimento evolutivo esperado



O começo de 2011 não foi nada legal para quem estava na Região Serrana do Rio. O Brasil inteiro acompanhou pelos jornais e boa parte do mundo viu o que as chuvas de janeiro e a consequente explosão d’água que se seguiu provocou em Teresópolis e adjacências. O saldo de vidas reviradas, silêncio e tristeza ainda está intimamente ligado àquela área, mesmo com alguns avanços em direção à reconstrução física e moral (onde o desvio de verbas deixou, é claro).

Cerca de dez meses depois da devastação, fui escalada para fazer uma matéria em Itaipava, na região conhecida como Vale do Cuiabá. Ironicamente, foi lá que as águas ceifaram a vida de um companheiro de trabalho, sua linda mulher (a quem eu já havia entrevistado algumas vezes) e o filhinho deles, ainda bebê (que eu vi na barriga da sua mamãe-estilista). E, como plus do destino já irônico, a matéria não seria sobre a situação da região, mas o local serviria de cenário para uma matéria sobre nascimento. Ironia das ironias, eis aqui a sua face.

Ao chegar próximo à estrada que leva a pousada, o cenário de lama e reconstrução não deixava dúvidas de que estávamos realmente “no caminho das águas”, onde tudo aconteceu. Vejam vocês: quase 300 dias depois, as pistas de uma tragédia não anunciada ainda davam sinais de sua existência, como uma cicatriz marcada na pele frágil. Quem tem dinheiro pode refazer suas construções, quem não tem, deixou paredes pela metade, muros caídos, semi-casas como esqueletos expostos ao olhar público. E tem que ser assim, do contrário, não são ressarcidos com as indenizações.

Recuperar casas é até uma ação simples diante do todo. Ainda assim, quem teve dinheiro para refazer seus tetos luxuosos (e muitos até ajudaram financeiramente seus vizinhos menos privilegiados numa bela iniciativa própria de solidariedade), não pode acelerar o movimento da natureza e recolocar no lugar de outrora as árvores e vegetação que tanto embelezavam o local. Ali também se vê a cicatriz das circunstâncias, que vai se curar em seu tempo certo, no movimento evolutivo esperado.

Agora, recuperar vidas que perderam outras vidas para um insuspeito fenômeno da natureza – muitas vezes famílias inteiras (como aconteceu com o meu colega Alexandre, a mulher dele, a estilista Daniela Connoly e outras seis pessoas da família dela) – é que é o grande desafio de toda essa história. Essa saga. O saldo negativo vai para contas individuais e praticamente invisíveis a olho nu. Essas são as cicatrizes que não se levam com o tempo, que não se apagam com tratamentos. Elas apenas deixam de chocar e passam a simplesmente fazer parte da paisagem. Não são “a paisagem” simplesmente. Mas estão lá, contando uma história.


abandonar roupas usadas



Amigo meu, Ciello, de outro tempo, de outro lugar na estante da vida, esteta e depois poeta, mandou um e-mail com uma saborosa advertência carinhosa. Que dizia assim:


Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas ...
Que já têm a forma do nosso corpo ...
E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares ...

É o tempo da travessia ...
E se não ousarmos fazê-la ...
Teremos ficado ... para sempre ...
À margem de nós mesmos..

* Este trecho está atribuído na internet a Fernando Pessoa e, pelo que vi, erradamente. Mas vale mesmo assim. 

***
Compartilho, porque tantas e tantas vezes experimentei a sensação de que o que era direcionado a mim, na realidade servia para nós. Um alvo muito mais amplo que aquele localizado no centro de um círculo fechado. Como a pedrinha que a gente atira no meio de um lago. Ela cai inerte em um ponto, mas seu raio de ação se espalha pela água. 

11.12.11

pic

Dancers Among Us

Essa noite

Deixa a Vida Me Levar - De Xerém à Ipanema, com paradas em Inhaúma até chegar à Barra da Tijuca. Essas áreas tão diferentes do Rio de Janeiro (e muitas outras) com sua gente colorida, diversa e animada estavam representados nas Bodas de Prata do Zeca Pagodinho. Luxo de viver e simplicidade de ser escancarados na celebração. Nada de pouco e muito de tudo. Pânico na TV na porta (com uns meninos beeeem mais educados). Eu, de salto, na porta também. Mas só até a chuva, quando gentilmente me convidaram a penetrar no recinto. Dá gosto de ver gente feliz. Não por ter dinheiro, mas por ter amigos, família, colegas empolgados, gente para cuidar. Lua linda no céu, quando não encoberto. Um raro fim de tarde com tempo para ver a noite chegar. Contemplar. Trânsito de deixar um doido. Cansaço visceral. Missão comprida cumprida :) hoho   

10.12.11

Deles


"Desculpe a vergonha: 
ansiedade desmedida é própria de quem sonha" 
- José Luis Lacerda





Coisas do Barão


Baby escuta o galo cantar
A aurora dos nossos tempos
Não é hora de chorar
Amanheceu o pensamento...
O poeta está vivo
Com seus moinhos de vento
A impulsionar
A grande roda da história...

frase

ir 
  atrás 
    do 
      que 
        é 
          sem 
            sentido 
              e 
                o 
                  encontrar 
                    de 
                      vestido 
                        revestido 
                          de 
                            não 
                              - Bia Amorim

9.12.11

Contabilidade!


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E por falar e contabilidade - wows múltiplos! - Num pulo chegamos aos 147 Ciclistas Oficiais no Hall da Fama! Um carinho sem preço o qual não mereço. Pensamentos em curto-circuito. Tenho várias ideias, mas em sonhos, em quase sonhos, entre um abrir e fechar de olhos no meio da madrugada. Sinapses danadinhas. Não tenho forças para pegar um bloquinho e registrar o insight! E sim, acordo sempre cansada e esquecida. Pensar demanda energia e despende um calor...