23.9.11

Soltas



Sou bem preguiçosa para certas atividades. Não deveria ser e nem gostaria, mas mudar padrões estabelecidos é uma grande batalha. Hoje,a convite, venci a inércia e fiz uma longa caminhada da Gávea até o Leblon. Sem nenhum juízo de valor, aquele pedaço é um outro Rio. E numa simples caminhada, pude perceber o quanto de poesia o caos da cidade e o tumulto dos dias corridos esconde. E o quanto de elucubrações e filosofias se atinge, quando o cérebro é oxigenado com exercício de paisagens diferentes do cotidiano. 


Uma outra coisa é certa. A faculdade afiou meu pensamento. Não apenas me garantiu mais informações. Facilitou, na verdade, a ordenação da capacidade argumentativa. As vãs discussões de hoje passaram por temas tão distintos quanto: sexualidade, amish, islamismo, Bin Laden, deficiência cognitiva, poesia, a China como potência, cachorros, amores, vexames, léxico.


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Recebi uma ligação com um convite muito especial. Não pude aceitar, mas como gostaria (sorte e sucesso aos envolvidos)... As tentações são constantes, mas a diferença de ter um sonho e conquistá-lo talvez passe pela nossa persistência, resistência e fé. Cheguei em casa meio lamentando a impossibilidade, quando li que uma coleguinha jornalista estava também largando a sua profissão e a boa posição para embarcar numa nova profissão e formação: psicanálise.


Pensei que quanto mais velho a gente fica, mas difícil se torna o ato de abandonar o que se conquistou em nome de um novo ideal. Obviamente muito mais coisas vão entrando em jogo. Porém, acho que existe um outro dado complicador nesse sistema: a mudança também imputa na abdicação do eu. E quanto mais tempo você se torna aquele você, menos força você encontra para virar o jogo da vida e se reinventar. Não é necessariamente uma crítica, porque cada um tem a sua história e as suas questões pessoais e intransferíveis para administrar. É uma constatação e um alerta.


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Já que não posso voltar atrás, que Deus me ajude a seguir para o alvo.


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E esse dólar subindo, heim?


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Terminando de ler: "mentes perigosas - o psicopata mora ao lado".
Não sei se passo para Madame Bovary ou Lendo Lolita em Teerã.

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