6.5.14

Nova Zelândia - parte 2 (A cultura Maori)


A cultura Maori é outra coisa linda de se ver e se viver na NZ. Gostei de perceber o cuidado e o carinho com que o povo "kiwi" trata esse pedaço de sua origem - mantendo lendas, artes e tradições orais vivas . Encontrei muitas informações nos museus que visitamos. A arte deles em madeira é algo de tirar o fôlego e as tatuagens no corpo (principalmente nas mãos, rosto e pescoço) são uma tradição milenar, que demostra status



Também fomos levadas, claro, a uma apresentação típica da cultura Maori. Um pouco da demonstração folclórica da cultura "para turista ver", digamos dessa forma, mas que vale o preço. Foi uma one-day-tour para um local chamado Te Puia, se não me falha a memória! No local, comemos a comida deles, da forma como ela é tradicionalmente preparada: frango e alguns tipos de tubérculos cozidos em um vapor (achei sem tempero e sem sal. Curti realmente apenas a espécie de batata-doce). Quem não se atreveu a experimentar, ficou no pão com coca-cola, que não falta em lugar algum! (hehehe). Nesse espaço, também tinha os famosos gêiseres explodindo naturalmente de tempos em tempos em uma paisagem que se assemelha ao que a gente imagina ser a lua. (Quem leu o primeiro relato, vai ver que fui numa época de chuva e nem isso a gente pode desfrutar plenamente).

Amei cada pedacinho das apresentações que participei. Danças, ritos, vestimentas, aquelas caretas típicas com a língua para fora, jogos, desafios e até um convite para que os homens da plateia participassem de uma das danças... Tudo cercado de um grande respeito, animação e doçura! As moças Maori eram bem gorduchas e esse fato é plenamente celebrado/respeitado. Opa! (nunca estive tão acima do peso, quanto nessa viagem. Na volta, descobri um problema de tireoide!).


Em um museu, lembro de ter olhado fixamente para um mapa que mostrava uma espécie e carta náutica da região (sabe a Polinésia? É por ai...). Fiquei impressionado em perceber como aquelas homens e mulheres, nativos, em embarcações rudimentares de madeira, cruzaram tamanhos oceanos para se fixar numa região como aquela... São mesmo bravos guerreiros!


Os Maori administram certas regiões, como as cavernas de Waitomo, uma das mais belas atrações turísticas da Ilha Norte. Lembro bem da sensação que tive ao passear por aquela região em meio a uma densa floresta. Ali sim, senti o clima de “Senhor dos Anéis”, que todo mundo ficava me perguntando quando contava que havia visitado a NZ. Só ali, porque Auckland é totalmente moderna – mesmo com as casinhas lindas com jardim na frente e sem portão. Infelizmente não encontrei elfos, anões ou orcs para registrar e mostrar para vocês! 

Bem, antes de entrar nas cavernas, um representante Maori conta um pouco da história do local, fala sobre conservacionismo, dá instrução ao turista para não tocar em nada (comer ou beber ou fotografar). Claro! Afinal, acredita-se que esse lugar tenha mais de dois milhões de anos! Lá dentro é bem mais frio e bastante escuro. Mas nada exagerado, você fica bem dentro de um agasalho normal. Percorremos labirintos com muitas escadas. Outra vez, nada de tão complicado assim. Mamãe tinha uns 75 anos, acho, e percorreu tudo com fôlego de menina.  

No meio do trajeto chegamos a um espaço amplo, alto e que diziam ter uma acústica espetacular. O guia pediu para que cantássemos uma canção, que ecoaria por todo o lugar. Nosso grupo escolheu um hino cristão chamado “Ao único que é digno”. Todo mundo cantando a doce melodia, que se nos circundou e nos envolveu de forma emocionante. E segue a caminhada em direção a um recuo. Todo mundo apertadinho naquela espécie de buraco negro. O guia apagou todas as luzes e no breu total, pudemos ver as larvas luminosas. Sim! A natureza nos encantando com bichinhos tão minúsculos que tem seu brilho próprio.


Tudo fica ainda mais mágico, quando nos levam para um barco e em silêncio absoluto, atravessamos uma série de cavernas em cujo teto habitam milhares dessas larvas. É algo extraordinário! Céu estrelado total e uma reverência profunda devido ao silêncio apenas quebrada pelo barulho da água corrente. Agradeci a Deus por estar ali e confesso que aquela será uma cena de viagem inesquecível! Kia Ora! (palavra maori que deseja coisas boas/saúde para a outra pessoa).    

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