16.5.14

Novos lugares, na solidão das estrelas

Papo real, ambiente virtual. Ele, arqueólogo. Ela, sonhadora...




"Sentindo falta da solidão das estrelas…E de novos lugares"

"Ando por esse mesmo caminho..."

"Sinto falta da fala de uma gente que nasce entre a luta e o desespero, das brisas que não vão a nenhum lugar e das águas que correm ao contrário… Sinto falta dos caminhos encarniçados, sem eira e nem beira, das palavras e das cores de um mundo abençoado..."

"Mesmo caminho, várias direções. Sinto falta da brisa que transforma meus pensamentos em palavras, das estrelas que me lembram rabiscos num papel do tamanho do mundo, da água que corre fria e límpida para refrescar a cuca quente, de gente simples, mas de coração tão grande quanto a sabedoria, de lugares que me fazem estar em paz comigo e com o meu interior, sem preço e sem pressa. E sim, como não querer as cores intensas e formas imensas de um mundo criado pelo grande arquiteto, que nos abençoa com a existência do palpável que é quase inimaginável, irresistível à palma da mão?"


"Sinto falta do "ô de casa", do café aguado e açucarado, das ladeiras intermináveis, do casal de araras sobre a cabeça ou do barulho da água contornando os pés…Do enebriante aroma de chuva trazido por aquele mesmo vento de lugar nenhum e das imensas montanhas de nuvens e raios cobrindo o horizonte…Saudade de correr com as crianças e mergulhar num rio amazônico, em um misto de felicidade e medo de suas águas escuras… Saudade de minha pequenez entre as chapadas, do sol da caatinga ou da areia das intermináveis dunas do Nordeste… Saudade dos maciços do Norte e do Grande Sertão Veredas…"

"Sinto falta da sensação de descoberta, novos olhares para novas paisagens, pela qual muita gente já passou com suas histórias e fez dali um pedaço novo da memória - a qual agora pertenço. Sinto muita falta do descompromisso com horários e do compromisso de ser feliz com as pequenas coisas naturais de uma jornada. Quisera eu poder perceber agora as similaridades entre humanos de territórios variados: os dilemas com o passar do tempo, os problemas de um coração arrebatado. Somos todos um em cada canto e sempre os mesmos. Sinto falta de chegar e também do "estou em casa"! Do planejamento sonhado, mas não necessariamente executado. Sinto falta de gente que tem tempo para um papinho e que aprecie ouvir minhas histórias. Sinto falta de escrever histórias vividas e não imaginadas por mim. Sinto falta de quem tenha uma bela história na ponta da alma, pronta para sair. Saudade eu tenho do tempo que a palavra tinha valor, tanto a dita, quanto a escrita, mas em especial a oculta."


"Sinto falta daqui, de lá e de lugares muito além…Daqueles que já se foram e dos que ainda nem chegaram…Sinto falta de, deitado à noite sob céus amazônicos, ainda me surpreender com as coisas que só a noite e os encantados vêem… Ás vezes, sinto falta de mim..."

E você, leitor, o que é que sente falta? E o que mais falta faz: daquilo que somos, quando realizamos, ou do que deixamos de fazer, quando ainda sonhamos?



















* Para e com Fábio Origuela, o Indiana Tupiniquim! 

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