Menino morre afogado em piscina durante almoço na casa da tia em MT
Duas notícias que me fazem pensar. A vida por um fio.
Nossa vida por um fio sempre. Por que uns vão e outros ficam? Por que dizem que
diante da constatação da efemeridade certa, da transitoriedade da nossa
existência nesse mundo como o conhecemos devemos aproveitar cada dia como se
fosse o último?
Deveríamos, portanto, viver de extremos? Pé no
acelerador? Não deixar passar oportunidades? O que seria aproveitar cada
segundo para cada um de nós, individualmente? E as obrigações? E os deveres? E
as missões? E a entrega? E as lições através dos equívocos? E as não-escolhas?
E o que não depende de nós? E o errado que acaba virando o certo? E as
contrariedades? E o desejo do outro? Questionamentos pessoais que nos levam a
novos questionamentos que perpassam - ou não – diante de um desejo coletivo.
A família saiu ilesa. O menino morreu afogado. Um evento extremamente parecido aconteceu comigo, antes dos cinco anos de idade (meu pai me trouxe de volta numa manobra de primeiros-socorros). Fico me perguntando, com certa constância, a que será que se destina a minha presença nesse mundo? Ou a minha não-ausência? Acreditei, levianamente e com certa infantilidade durante um tempo, que estava destinada a grandes coisas. Vivi com o pé no acelerador por acreditar que tinha pouco tempo para isso. Para tudo que cabia no conteúdo dos meus sonhos e no fôlego que a criatividade me impulsionava. Ainda acredito que luto contra o tempo – e ironicamente perco tempo pensando nisso (risos). Mas no fim das contas, acredito que sobrevivi para isso mesmo: sobreviver. A cada dia, a cada desafio, a cada contrariedade, a cada aposta que não termina da maneira que sonhei, quando “me lancei à aventura”.
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