17.8.09

Cadê tatu?


Todo mundo sabe que todo mundo sabe que eu não gosto de falar de política. Tudo, de certa forma, está presente nesse conceito de política, do que é público. BUT... Aquilo que fazem em Brasília e em câmeras menores nos estados e municípios brasileiros é coisa muito difícil de compreender. Nem me arrisco a tentar. Não sou das que "joga no palitinho" na hora de votar em um candidato, mas sou daquelas que sabe que tem que escolher o que lhe parece menos pior (porque esse caminho é dada a muitas surpresas desagradáveis), dada a circunstância.

A política brasileira - e a mundial também, vamos dar a mão à palmatória - é prato cheio para os humoristas. Temas, tratados, ênfases e fatos não faltam. Acho até que os autores brasileiros que se destinam a tal crítica são poucos. Bato palma para os cartunistas que o fazem com beleza e inspiração - e três pedras de pudores com dois dedos de restrição.

Quando voltei de viagem, achei que o caso Sarney fosse permanecer na categoria filme: "A História Sem Fim". Vi que passou ao status de novela brasileira - como foi o caso do Severino Cavalcanti ("Vale Tudo") - e até novela mexicana - como foi o caso de Renan Calheiros e as denúncias de Mônica Veloso ("María Mercedes"). Porém, vejo que o caso Sarney é ainda mais grave - trata-se de uma família de políticos! - e já entrou para a fase Sitcom (comédia de situação - já que a situação é mesmo a favor do Presidente do Senado).

Hoje, lendo as notícias, dou de cara com uma frase célebre do Senador Pedro Simon:

“Já disseram que essa casa é melhor do que o céu, mas hoje essa casa é pior do que o inferno. Sem morrer, nós estamos vivendo um inferno aqui no Senado".

Agora você me diz: essa é ou não é mais uma frase comédia? Seria trágico, se não fosse cômico... Se a gente não soubesse que o complemento para ela poderia bem ser (do antagonista): "Cuidado Senador, o dito popular versa que quem está no inferno, abraça o capeta!". E ai? Como ficamos? Simon continua: “Se o senhor não renunciar, eu não sei o que vai acontecer, dias muito negros, horas muito dramáticas nós vamos viver." Ora, caro Senador, estamos falando de Sitcom e não do "Vale a Pena Ver de Novo"... Vivemos dias de inflação negros e dramáticos, quando Sarney assumiu de carona um lugar que não era bem seu na história; mas que deixou o caderno bem rabiscado com sua marquinha. Eu não sei nem o que ele faz de volta à cena pública e o fato de lidarmos com a possibilidade dele sair ileso dessa história me causa embrulhos no estômago. Aí seria filme: "Cabo do Medo" e a gente voltaria ao começo dessa narrativa. Mas não é sempre isso o que acontece?

Tomei emprestada a frase do discurso de Pedro Simon para terminar bem essa narrativa: "Nós vamos esconder feito tatu em baixo da terra até quando, presidente?". Temos ou não temos ótimas frases para os "melhores" enredos?

9 comentários:

Unknown disse...

Caramba, como diria aquela loira devassa da televisão: "Prefiro não comentar" o que se passa em Brasília, ainda mais em um dia como hoje, em que meu fel escorre por todos os meus poros...
Aja fígado!!!

Bibi disse...

O meu tá péssimo, embora o humor não esteja ruim! Corrosivo! rs Saudade de vc!

Professor Xeo disse...

Saudades de ti tb

valmir disse...

A gente, cada vez mais, gosta de falar, cada vez menos, de política. Por que? Porque os assuntos são sempre os mesmos, os personagens são sempre os mesmos, as falcatruas são sempre as mesmas. Não agüentamos mais acompanhar o mesmo filme, diariamente. Hora de mudar de livro.

Bibi disse...

É uma brutal roda gigante... Odeio RG e adoro Montanhas Russas...

Fernando Rocha disse...

Como escreeu Dylan: "it is not dark yet/But we´re getting there".
Lamentável este cen´pario do senado!

Bibi disse...

F: a gente sempre ouve falar nesse tais de dias negros da história. Lamentável...

Saulo disse...

Sarney?? Me enoja!

Bibi disse...

Pois é, agora é o caso de tomar um engov antes e depois...