26.8.09

L'amour

raphael zanetti


Tem muita gente que gosta de complicar aquilo que é simples, já percebeu? Eu observo isso desde criança. “Vamos brincar de mãe da rua?”. “O que é isso?!”. O mais enrolado é sempre o que se arvora primeiro em explicar e... Não consegue. É aí que chega o mais “safo” e com três frases soluciona a questão. Todos para a calçada, tentando atravessar a rua num pé só sem ser pego.


Lembro também de vários episódios do “Chaves”, no qual ele chamava o Quico para brincar de algo simples, um barco em forma de palito, mas o amigo rico parava tudo para ir até a sua casa buscar um senhor barco de brinquedo... Onde apenas um poderia desfrutar do privilégio. Qual a graça?


Esses dois exemplos envolvem a palavra troca. Troca de informações, troca de afeto na forma de companhia. Para haver comunicação precisamos do outro, o receptor. E não há a necessidade de ser proficiente na intenção. O importante é fazer-se entender. E viver para valer.


O carinho é uma forma de troca, é uma intenção e é comunicação de um afeto bem simples. Mas como tem gente que tem dificuldade para receber! Nem sempre todas as coisas precisam de motivos ou justificativas. Nem sempre também, o receptor vai ter que realizar alguma coisa tão mirabolante a ponto de se fazer merecedor daquele carinho.


O uso do afeto deveria ser menos medido que o uso das palavras. Nós, no entanto, quase sempre buscamos por um significado. Se olharmos com cuidado, a significância está em quem oferece e não naquele que recebe. A necessidade de comunicar amor é dom individual e intransferível. Eu te amo como só eu poderia te amar. E não há maior significância que o ato de comunicar essa doação porque assim se sente. O meu jeito de amar a cada um é interpessoal e estilizado. O motivo maior não é um feito, mas o meu modo de comunicar amor, porque assim sinto. E porque um dia descobri como é bom amar. É simples.

8 comentários:

CK disse...

Algumas vezes, a gente se pega tentando entender porquê alguém gosta da gente. Qual é a razão que leva alguém a tratar bem uma ou outra pessoa? O que é necessário? Qual é o preço?

O que será que fazemos pra merecer este ou aquele carinho, aquela atenção? Talvez por nos conhecermos tão bem, como segunda pessoa a ter este quesito (a primeira é Deus), que a gente se sinta tão incompetente e tão "sei lá", que achamos não merecer o carinho de "alguens" que achamos especiais.

Por outro lado, há um esforço hercúleo onde não vemos qualquer resultado. Fazemos, nos esforçamos, corremos, lutamos, andamos a 2a e 3a milhas, damos a nossa capa, cuidamos dos ferimentos, gastamos dinheiro, suor e mesmo com toda dedicação, não conseguimos nem a atenção da outrem, nem uma migalha de carinho, que dirá de uma fatia, tipo aquela que a gente pode ver do outro lado, transparente, de afeição...

Mesmo assim, sabemos de cor a letra do poeta que diz que "O amor tem calor e aquece a alma" fria, sofrida e sem vida. Uma gota do amor verdadeiro pode borbulhar nas superfícieis mais insensíveis e, como ácido, derreter corações de pedra, destruir o olhar altivo, o desrespeito, o desprezo, a desatenção, a falta de consideração, a rejeição. Uma gota do verdadeiro amor, colore a alma, a vida cinzenta, motiva e multiplica carinhos, afetos e dá vida ao amor de outrem. Talvez esse seja o único valor que é gratuito. Basta deixar nascer.

Bjo

Bibi disse...

Cara, meu irmãozinho, tava inspirado heim!? Lindo demais! Exatamente o complemento daquilo que quis dizer com uma ênfase toda sua!
Obrigada por completar lindamente os meus pensamentos!
Bjo

Fernando Rocha disse...

Creio que não haja muito o que comentar sobre o seu texto, você foi muito feliz com as palavras e com o estilo direto, compreendi e concordei contigo.

Saulo disse...

Eu ando impossível!! rsrsrs Não consegui abstrair nada de forma intelectual... me detive no mais excitante: o troca-troca... Idéia auspiciosa!! Ops...

Bibi disse...

Saulo: vc parte a minha cara de vergonha.

Fernando: WOW! Elogio com peso dois! Obrigada!

Sambeira disse...

miga, posso te falar que ando descobrindo o amor, como algo muito maior e mais comunicável do que pela via comum, que é das palavras. algo tão diferente do que eu sempre julguei ser, do que via nos cinemas, e tão mais simples, e tão honesto quanto nobre...

Bibi disse...

Eu fico radiante com essa sua descoberta Sambeira... O amor é simples, mas intensidade e simplicidade não são opostos.

Anônimo disse...

Oi, tudo bem?

fico feliz em ver minha imagem publicada no seu blog, que é bem bacana.

Meu flickr, onde vc pode conferir mais fotos:

www.flickr.com/raphaelzanetti

td de bom!