18.5.11

Na ilusão de ser feliz

by zvaella


"Nada além
Nada além de uma ilusão
Veja bem
É demais para o meu coração
Acreditando em tudo que o amor
Mentindo sempre diz
Eu vou vivendo assim feliz
Na ilusão de ser feliz
Se o amor
Só nos causa sofrimento e dor
É melhor, bem melhor
A ilusão do amor
Eu não quero e nem peço
Para o meu coração
Nada além
De uma linda ilusão..."

Queria escrever assim como Mario Lago e Custódio Mesquita... Aliás, faz um tempinho que a poesia não flui assim, rasgada, jogada em meio ao texto. Acontece que esses dias me são estranhos. Parece que vejo a vida passar como um filme, sendo expectadora dos acontecimentos tantos e até vendo a minha própria história e superação do ponto de vista do narrador e não do personagem principal.

Minha Mãe conta que quando eu era bem pequena eu costumava falar: "tudo é vaidade, é correr atrás do vento". Isso me faz crer que eu já fui narradora/expectadora dos fatos em outras ocasiões da vida, porque essa não é uma frase natural para uma criança. Minha veia poética é antiga, portanto. Contudo, tanto quanto ou mais que narradores da nossa própria história, é preciso que sejamos protagonistas, muito mais que coadjuvantes. Não é? Seja ilusão ou correr atrás do vento... 

4 comentários:

Glauber disse...

Tenho me sentindo meio que espectador de minha própria vida também. Ou melhor, um narrador que já não sabe o que dizer. Parece que há coisas em mim, que quis explorar tanto e preparei tanto o terreno para que isso fosse possível, que rompi algum limite e já não sei mais o que são as coisas que há em mim. Agora elas se tornaram secretas até para mim mesmo...

Um desabafo íntimo, rs. Vim aqui porque sinto esse espaço aconchegante.

Beijos e saudades, moça.

Anônimo disse...

Bia,

Você me faz refletir sobre mim quando fala do que sente, me faz lembrar de monentos que ja vivi e não comprendia o que estava sentindo. Hoje eu sei que o tempo me deu outro olhar daqueles momentos e sentimentos.
Ser coadjuvante pra mim em alguns momentos foi o teste para me tonar protagonista dos melhores momentos da minha vida.

Foi Bom relembrar...

Beijos e tenha um otimo dia.

Bibi disse...

Glauber, querido, seus recados recheados de carinho. Sempre bom de ler! Sempre me dando uma força especial para continuar. Se aqui é aconchegante, sinal de que alcanço uma parte daquilo que desejo através das palavras. Bom demais ouvir, bom demais saber da tua saudade, tão virtual, mas tão real no meu imaginário.

Quando passo lá no seu cantinho, sinto a sua dor de poeta em certas letras, essa coisa de estar perdido num mundo de quebra-cabeças sem saber que peça é hora de encaixar. Amor demais pelos outros e de menos por nós ou amor que se acalma apenas no peito de alguém. Tenho pensado nessas circunstâncias para tentar driblar os descaminhos. Conhece-te a t mesmo é sempre uma boa, mas sempre um caminho tão complicado... Vá em frente e venha me ver sempre!

Um beijo

Bibi disse...

Tintia, acho tudo o que você escreve de uma lucidez cativante. A vida corre em um ciclo de acontecimentos e quando as coisas voltam a se repetir, elas já estão um pouco diferentes em seus panos de fundo. Umas etapas a gente vence e segue para a próxima fase... Vivo essa dicotomia entre ser um personagem e outro. Muitas vezes sou a roteirista, hehehe Muitas vezes fico me perguntando se amanhã serei feliz e não percebo, emocionalmente, apenas intelectualmente, que a dita felicidade é na verdade uma coleção de alegrias. Tenho ansiedade de viver e busco a calma da existência com o passar dos dias. Talvez seja um dos desafios no meu caminho da maturidade.

Obrigada por me fazer pensar!

Um beijo!