14.2.08

A Dona da Mão


Escrevi tanto ontem, não é? Acho que estava padecendo de saudade das letras. Tratei de exorcizar o bode da semana no papel e o meu humor hoje pode ser comparado a de uma cabrita pulante, para ficar na mesma linha de comparação animal. Também tratei de acordar dando bom dia ao sol, tomei um banho cantante – sim, sou daquelas que quando está feliz canta no chuveiro – e coloquei um vestido curtinho, que sempre dá um up no ego feminino. Esse é um dos velhos truques da ala saltinho & gloss que demorei a aprender.
Ontem, depois de postar o texto aqui, saí para mais uma missão na noite carioca. Dessa vez o alvo era a estréia da peça Dona Flor e Seus Dois Maridos, que tem a maravilhosa Carol Castro no papel título. Essa moça é da turma do bem total! Gente boa até debaixo d’água (para usar uma gíria idosa, rs)

Foto da Carol retirada do blog dela http://bloglog.globo.com/carolcastro/

A estréia foi um sucesso. Tinha tanta gente na porta do teatro que eu até fiquei tonta. É de enlouquecer, ainda mais quando os fãs se aglomeram entre os espectadores a fim de fazer uma foto com seu artista favorito. Essa é uma mania ou uma tara, sei lá, que eu não consigo entender. O que leva uma pessoa a sair da sua casa, enfrentar tempo e temperatura, ser pisoteado, esmagado, espremido, empurrado (para falar do mínimo), só para garantir uma foto? A criatura não vai nem assistir ao espetáculo! Enfim...cada um com seu cada um. Creio eu que algum dia alguém ainda vai me dar uma explicação que faça um pouco de sentido.

Estava eu no meio daquele tumulto, tentando me manter no salto, ou seja, equilibrada (rs), me rasgando em sorrisos e gentileza, como é de praxe, já que isso é parte não só da minha educação, mas também da minha personalidade. Pausa para um flashback: uma vez meu chefe me mandou para a Ilha de Caras sem data para voltar ao continente. Lost total. Ao final do segundo dia estava com muita dor na boca, uma dormência estranha em volta dos lábios. Sabe o que era? Eu sorri dois dias inteiros para os convidados, sem parar, estava com a boca dolorida. É mole? Sem comentários...mas foi verdade. Tive que ficar fazendo massagem na musculatura. Se a dor, pelo menos, fosse fruto de beijos valeria a pena, né? Como é dura a vida da bailarina...

Voltemos à porta do teatro. Tumulto. A pessoa aqui de apenas 1,59 metros e meio, abrindo caminho entre a multidão. Chego até a Paola Oliveira. A foto é feita e ela escapa do meu campo de visão. Corro atrás em desespero de causa, precisava fazer perguntas. Do nada, uma mão alcança o meu ombro e me cutuca. Pensei: "meu Deus, o que faço agora?" Olhei para trás, meio sem ver quem era e pedi para esperar um minutinho. Falei com a Paola e procurei um lugar mais afastado para conversar com a dona da mão.

Dona da mãoAcho que você não está me reconhecendo...
Bibi (Olhar de cachorro que caiu da mudança)
Dona da mão Eu sou a Margareth Boury.

Um raio cai na minha cabeça. Essa foi a única cena que eu pude imaginar naquele exato momento. A Margareth Boury é uma escritora sensacional, autora e colaboradora de trabalhos incríveis para a TV como: Uga Uga, O Quinto dos Infernos, A Diarista, Kubanacan, Irmãos Coragem (remake), etc. Um doce de pessoa...
Bibi Margareth, desculpa, nessa confusão eu nem percebi que era você!
Margareth Boury Você está vendo, hoje fui eu que reconheci você! Passei aqui para te dar um beijo e dizer que você é muito simpática, que admiro o jeito que você trabalha... (o papo continuou)

Fiquei como!? Gente, que luxo esse encontro! Margareth agora é do time da Record e está trazendo na manga um novo trabalho! Toda a sorte e sucesso do mundo para ela! Só quem tenta escrever para a TV sabe como a tarefa é difícil e exige inúmeros sacrifícios! Quem sabe um dia não estarei ao lado de Margareth, escrevendo com ela e não sobre ela? O futuro a Deus pertence! Let it be! Let it shine!

Um comentário:

Anônimo disse...

Let it shine!!! Susenta esse brilho!!rsrs Que delícia isso aki!!

*Vida de bailarina nao é mole nao.. rsrsrs