No último texto sobre moda, falei que já estava farta do assunto. Também destaquei uns tópicos sobre os quais eu queria comentar. Tudo me levou a quebrar essas duas premissas. Mas, vamos lá, a vida está cheia dessas surpresinhas que nos preenchem a caminhada com uma emoção menos previsível. Bem, vocês repararam que o post seguinte era sobre amizade & afins. E nesse, seguindo a linha de pensamento, vou voltar a comentar sobre o circuito fashion.
A São Paulo Fashion Week já terminou há cerca de uma semana. Eu lá não estive [com a graça do Divino], mas não pude deixar de acompanhar o grande “babado” do evento. Não, não era um novo estilo de roupa com babados volumosos. A queda das placas que formavam uma instalação também repercutiu menos que as curvas de uma certa modelo. Observem:
Essa é Karolina Kurkova, a modelo tcheca que prometia ser a sensação dessa edição da SPFW. Surpresa das surpresas, a “Angel” da Victoria’s Secret causou polêmica com as suas gordurinhas extras e celulites espalhadas pelo bumbum e coxas. [Heim!? Helllloooooo] Suas colegas de trabalho comentaram:
Bianca Klant - Não adianta chegar no dia, olhar a bunda e chorar. Tem que pensar nisso um mês antes. Hoje já comi até cocada, que é muito pior.
Isabeli Fontana – Nessa parte ela vacilou. Não pode ser antiprofissional, as pessoas acabam não confiando mais. Acho que ela cometeu um erro. Desfilar assim é o começo do fim. A gente já nasce com celulite. Eu também tenho, mas eu cuido, né? / Isabeli é mãe de dois meninos e tem um corpo sensacional.
O cabeleireiro Marco Antônio de Biaggi saiu em defesa da modelo.
Marco – Ué? Não reclamam que as modelos são anoréxicas?
Esse também é o meu questionamento. De tempos em tempos uma modelo (ou uma menina aspirante à passarela) vira notícia por morrer de anorexia ou por padecer desse e de outros males comuns a quem quer ter um corpo que não é o seu: reto, sem curvas, sem forma, cabide. Será preciso tanto? Ou seria necessária toda essa afetação só porque a menina estava com umas dobrinhas quase imperceptíveis, que, aliás, é a graça da compleição feminina?
Não quero fazer juízo de valor, mas passando para a realidade do futebol, por exemplo, esse caso não se equivale ao do Ronaldo Nazário fora de forma? O cara ganha milhões para fazer aquilo para o qual tem talento nato: jogar bola. O pesinho extra, no entanto, compromete seu desempenho. E foi um tal de todo mundo comentar e se meter... Sobrou até para o Presidente da República, vocês lembram? E indo um pouquinho além, vamos combinar que se um jogador não tem a compleição física, o talento, o kit do profissional da bola, ele não emplaca, não é? Não seria, então, o caso de também se exigir de uma modelo profissional, as características necessárias para se estar no mercado? Tudo acaba sendo business.
Questionamentos à parte, eu fico com uma história que rolou há pouco tempo com a minha amiga Vivi. Encerra bem a questão. O marido dela tinha viajado e eu havia prometido levar umas revistas para ele. Uma amiga fez um pacote com vários títulos masculinos. Curiosa, abri antes de entregar. Tinham todas aquelas de negócios, como Exame, Você S/A; material técnico, como a Info, Quatro Rodas; de saúde e comportamento, como a Men’s Health, entre outras. Claro, também tinha uma Playboy. Conhecendo bem a Vivi, achei melhor tirar a peladinha daquela pequena pilha de informação. Comentei com ela:
Bibi – Ainda bem que eu olhei o pacote antes, porque tinha muita coisa interessante, mas tinha a Playboy também. Fiquei imaginando o que você ia pensar de mim...
[daí, pensei comigo mesma: ainda bem que a minha bunda e as minhas coxas são durinhas... Menos partes para se “trabalhar”!]