24.1.11

Como índios


Duas notícias me chamaram atenção no G1 hoje pela manhã.

A primeira foi a linda reportagem que a jornalista Beatriz Castro fez para o "Fantástico" sobre o rito de passagem das índias Kamaiurás. Acho formidável quando a tradição de um povo prevalece frente o inevitável domínio da modernidade. Tradições que não ferem o humano do ser, porque nesse sentido sou até etnocêntrica quando me coloco contra certos hábitos como cortar o clitóris das mulheres, práticas adotadas por tribos na África. Não aceito isso, me desculpem os puristas.

Quando eu era pequena, lembro de uma temporada grande que passei na companhia do meu Pai, para a minha Mãe poder visitar uma missão na tribo dos Caiuás. Ela voltou de lá empregnada de uma cultura riquíssima. E eu, na inocência da pouca idade, fiquei encantada com uma música que ela aprendeu na língua deles e que cantava para mim, na hora de dormir. Aquelas palavras enroladas viraram um código de união entre nós duas, que cantávamos juntas.

Depois disso, anos e anos mais tarde, visitei uma tribo já bastante "civilizada" na Bahia. E fiquei encantada, porque lá todos tinham o nariz igualzinho ao meu. Eu perdi horas olhando o nariz daquela gente, que, afinal, era minha gente também. Tenho totalmente o pé na tribo e o meu nariz não me deixa mentir. hohoho

A segunda notícia era sobre um menor que foi pego perto de um presídio no RS tentando mandar celulares para os presos através de arco e flecha. E fiquei pensando que não é sem razão que certos estrangeiros pensem que a gente vive numa selva. Só que esqueceram de frisar que a selva é de pedra. E essa é muito, muito pior.

2 comentários:

Saulo disse...

Mim, homem branco, mulequê mirim ou carioca? Já nem sei mais!!

Bibi disse...

hahahahaha o que é mulequê mirim?