23.4.08

"Causos"


Não é novidade que eu adoro um “causo”. Histórias de vida me encantam, me preenchem, me enchem de alegria e entusiasmo. Acho que esse é o verdadeiro material humano quem nem tempo e nem espaço pode tirar de nós. Só mesmo o Alzheimer. Por isso, vivo com intensidade as minhas histórias e viajo com intensidade nas histórias que me contam. Sou capaz de lembrar de narrativas contadas há mais de 10 anos, com riqueza de detalhes.

Quer um exemplo? Antes de postar a história da Carol com o cemitério, fui até as partes envolvidas perguntar se elas me autorizavam a publicar os seus apelidos. O OK foi verbal, mas tenho testemunhas! O blog, então, me aproximou mais uma vez do Esmê – minha referência no jornalismo – de forma descontraída. Rimos muito, lembrando mais uma vez da história aqui já contada. Eu falei para ele que guardava “causos” mais antigos, como a vez em que ele foi vaiado pela população. Esmê abriu um sorriso e começou a contar para a Gi, uma das repórteres mais novas da redação dele, o mesmo fato que ele havia narrado a mim, quando era uma quase estagiária e passava horas sentada ao lado de sua mesa, observando e esperando o tempo passar.

Esmê: Era época boa da Manchete e Adolfo Bloch havia morrido. Todas as estrelas da emissora e que saíam nas revistas se reuniram para ir ao enterro. E naquela época, tinha passado por lá gente como a Xuxa, Angélica, os atores da novela Pantanal. Para se chegar ao cemitério, era preciso passar de carro por uma rua estreita, que obviamente ficou lotada de populares que queriam ver seus ídolos. Os carros, na época, não eram filmados. Quando o carro da minha redação começou a passar por aquele corredor e perceberam que eu não era artista, fui vaiado de ponta a ponta!

Eu nunca fui vaiada. Mas já fui pisoteada. Estava sentada no pit – aquela arquibancada onde ficam os fotógrafos em dia de desfile – durante um Fashion Rio que nada acontecia. Era desfile do Carlos Tufvesson e a Angélica chegou e foi direto para os bastidores, falar com o estilista antes do show. Em questão de segundos, aquele mar de gente desceu as escadas igual a estouro de boiada e eu, sentada ao nível do chão, não consegui me levantar a tempo. Fui feita de tapete. Levantei tonta, suja e descabelada, tentando anotar a placa da jamanta que havia me atropelado.

É por essa e outras, que a minha amiga Medina anda espalhando pelos corredores das redações que agora eu sou a "imprensa da imprensa". E que tudo o que for dito, poderá ser usado por mim no bibidebicicleta. Claro que com muito eufemismo, isso é verdade...

Um comentário:

Saulo disse...

Essas suas histórias dos bastidores da fama são impagáveis... rendem muitos causos!! Eu sempre aproveito estas suas loucuras e passo adiante...
Me divirto!!
Bjusss