Quando pensei em fazer esse blog, demorei alguns meses para colocar aquilo que era apenas uma idéia, um desejo, em prática. Sofri quieta a humilhação de não conseguir usar da maneira correta e otimizada, como eu gostaria, as ferramentas da página que me ajudava a montar o layout da coisa. Olhava para “os lados” e não via a quem recorrer. Meti a cara. Muito do que eu consegui ser, fazer, resolver, avançar e conquistar deve-se às boas parcerias que fiz ao longo do tempo. Não por interesse, mas porque sempre consigo extrair de alguém alguma coisa boa. Distribuo tarefas de maneira oportuna e procuro envolver as pessoas na minha vida, porque atos e fatos são bons elos para ambos na contagem do tempo. Disponho e me ofereço sem reservas.
Tinha várias idéias bacanas para aplicar nesse espaço, mas esbarrava na falta de habilidade. E isso é coisa que me irrita. Detesto encontrar barreiras que sei que posso enfrentar, mas não tenho a ferramenta certa no momento exato. Aprendo truques com muita facilidade – não sou como os poodles de circo, tá? – e o novo me atrai espontaneamente. Mas, pensei, é mais producente fazer o melhor que posso, que deixar de executar uma tarefa por puro capricho estético. Resolvida essa primeira etapa de maneira, digamos, satisfatória, passei para a fase seguinte. Essa me agradou deveras. Comecei a juntar fotos, letras de música, frases que me inspiravam durante um longo período. Não como quem tem obrigação de fazer uma pesquisa para um trabalho específico, mas com o olhar atento para encontrar fontes de prazer à alma. E foi uma delícia. Hoje, ainda coleciono peças, mas com menos assiduidade e ênfase.
Depois de coletar todo o material necessário e preparar o terreno perfeito, pensei que estivesse pronta para dar início a uma fase sem fim de escrita, relatos, comentários, textos...Esqueci que sou bicho feito de inspiração e motivação. Quis acreditar na utopia de que seria capaz de eleger um tema por dia, qualquer que fosse, e que teria disposição e imaginação suficientes para dissertar a melhor história; a que me fizesse mais sentido. Não funciona bem assim. Uma série de fatores me lança e me limita.
De certa forma, a minha expectativa em relação ao blog é a mesma que muitos de nós temos no tocante à vida. Passamos tempo sendo formados, buscando referências, matutando sonhos e idéias. Absorvemos o melhor que o acaso nos oferece, guardando na alma e no coração a referência perfeita para o momento exato. Às vezes ainda acredito que continuo presa à sala de ensaios. Em outros momentos, acho que sou apenas um arauto da história dos que me cercam. Na verdade, se fosse um livro, seria um scrapbook, cheio de recortes e de momentos contados com entusiasmo em tintas coloridas. Às vezes me observo de longe, como se pudesse ler o meu passado apenas como interlocutora ou a narradora, com a distância suficiente para entender cada motivação, gesto ou expressão. Mas têm dias que preciso me enxergar de dentro para fora. Buscar essência e não referência. E geralmente faço essa viagem baseada na expectativa de outrem. E tudo o que era claro, expositivo, aberto à visitação pública, se torna tímido, delicado, casto, cândido, frágil e meio sem sentido. Tinha uma peça, da Cia de Teatro Autônomo, cujo título era: Deve Haver Algum Sentido em Mim Que Basta. ADORO esse nome. Instigante para uma mente inquieta. Minha vida é norteada por um único sentido, mas as inúmeras possibilidades me sufocam. Minhas vontades extrapolam os limites da minha mente e a realidade se faz letras. As vezes eu queria ser um filme e não um livro.
Tinha várias idéias bacanas para aplicar nesse espaço, mas esbarrava na falta de habilidade. E isso é coisa que me irrita. Detesto encontrar barreiras que sei que posso enfrentar, mas não tenho a ferramenta certa no momento exato. Aprendo truques com muita facilidade – não sou como os poodles de circo, tá? – e o novo me atrai espontaneamente. Mas, pensei, é mais producente fazer o melhor que posso, que deixar de executar uma tarefa por puro capricho estético. Resolvida essa primeira etapa de maneira, digamos, satisfatória, passei para a fase seguinte. Essa me agradou deveras. Comecei a juntar fotos, letras de música, frases que me inspiravam durante um longo período. Não como quem tem obrigação de fazer uma pesquisa para um trabalho específico, mas com o olhar atento para encontrar fontes de prazer à alma. E foi uma delícia. Hoje, ainda coleciono peças, mas com menos assiduidade e ênfase.
Depois de coletar todo o material necessário e preparar o terreno perfeito, pensei que estivesse pronta para dar início a uma fase sem fim de escrita, relatos, comentários, textos...Esqueci que sou bicho feito de inspiração e motivação. Quis acreditar na utopia de que seria capaz de eleger um tema por dia, qualquer que fosse, e que teria disposição e imaginação suficientes para dissertar a melhor história; a que me fizesse mais sentido. Não funciona bem assim. Uma série de fatores me lança e me limita.
De certa forma, a minha expectativa em relação ao blog é a mesma que muitos de nós temos no tocante à vida. Passamos tempo sendo formados, buscando referências, matutando sonhos e idéias. Absorvemos o melhor que o acaso nos oferece, guardando na alma e no coração a referência perfeita para o momento exato. Às vezes ainda acredito que continuo presa à sala de ensaios. Em outros momentos, acho que sou apenas um arauto da história dos que me cercam. Na verdade, se fosse um livro, seria um scrapbook, cheio de recortes e de momentos contados com entusiasmo em tintas coloridas. Às vezes me observo de longe, como se pudesse ler o meu passado apenas como interlocutora ou a narradora, com a distância suficiente para entender cada motivação, gesto ou expressão. Mas têm dias que preciso me enxergar de dentro para fora. Buscar essência e não referência. E geralmente faço essa viagem baseada na expectativa de outrem. E tudo o que era claro, expositivo, aberto à visitação pública, se torna tímido, delicado, casto, cândido, frágil e meio sem sentido. Tinha uma peça, da Cia de Teatro Autônomo, cujo título era: Deve Haver Algum Sentido em Mim Que Basta. ADORO esse nome. Instigante para uma mente inquieta. Minha vida é norteada por um único sentido, mas as inúmeras possibilidades me sufocam. Minhas vontades extrapolam os limites da minha mente e a realidade se faz letras. As vezes eu queria ser um filme e não um livro.
3 comentários:
Prima!! Tô pasmado!! LINDO LINDO LINDO... hoje você comeu chocolate... dá-lhe serotonina... quanta inspiração... amei!!! Lindo!! Quando comer chocolate de novo esvreve - ao menos um bilhentinho - pra mim, tá?!
Te amo
Bjusssssssssss
Amei essa frase!
Deve haver algum sentido em mim que basta... Adorei!
Bjos
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