25.4.08

Nao Giro Cego


Nunca imaginei que um dia estaria aqui no blog narrando acontecimentos em tempo real. Enquanto eu escrevo, malocada em um camarim, o Bruno Gagliasso esta lá no estúdio -- praticamente a dois passos do paraíso --, fazendo uma sessão de fotos. Não gosto de ficar olhando os ensaios, morro de vergonha. Olho antes e depois, durante é apenas um passar de olhos para saber se tudo está de acordo. Acho que eles podem se constranger de ter tanta gente olhando. Mas eles, na verdade, nem ligam... estão acostumados, ossos do oficio. Eu é que não me acostumo, não tem jeito. É aquele caso típico de não saber onde colocar as mãos...

Então fui dar uma voltinha. Vi que o único computador disponível é um Mac, que eu não sei usar direito. Onde estará o acento, meu Deus? Como executo tarefas tão simples? Ah, não quero perder a oportunidade de escrever porque não domino a complexidade dessa tecnologia. Comunicar é fazer-se entender. Então, se dá para me ler, segue o jogo que a partida é dura!

Não queria falar exatamente sobre o Bruno. Aliás, um doce de pessoa, super simpático e lindo de irritar os olhos. Nos demos muito bem e trocamos altas idéias sobre a vida. E embora falar sobre um cara bacana seja irresistível, queria escrever sobre fatos da minha semana. Esse ensaio, por exemplo, é um fato que encerra com chave de ouro a dura jornada da labuta diária. Ou não é? Éeeeeeeeeeeeeeee (essa aqui é a claque das minhas colegas de trabalho).


Ontem, quinta-feira, uma coisa muito bacana me aconteceu. dias estou escrevendo no bibidebicicleta sem contar com os comentários valiosos do Luke, parceiro fiel e contribuição inteligente dos posts nossos de cada dia. Achei estranho, porque ele sempre participa ativamente da minha vida - real e virtual. Fiquei com aquilo na cabeça e segui o dia. Então, chego em casa, pós-trabalho, chutando lata na rua e babando na gravata. Sento à mesa para tomar fôlego e o telefone toca. Adivinha? Era o Luke. E não era apenas o Luke... Ele estava me ligando de Buenos Aires. Fiquei como?! Não é todo dia que a gente recebe uma ligação internacional! Coisa de pobre?! Pode até ser, mas me senti especial demais naquele momento... No dia seguinte à tal ligação, ele ia conhecer um parque de diversões que eu estive há bem pouco tempo. Antes dele, o que é um milagre, já que o cara é viciado em parques temáticos. A vida sobre os trilhos nos une com intensidade. Saber que ele estaria lá me fez muito feliz. Ainda mais porque pude dar dicas! Geralmente o contrário acontece...


E por falar em ligações, hoje recebi uma outra chamada especial. Sem esperar, assim, do nada como um espirro, o JL me ligou... Coisa muito rara! Nos últimos tempos, temos conversado cerca de duas vezes ao ano, tão somente. E se tanto! A primeira vez que nos falamos foi em 2003, se não me engano. Desde o primeiro alô, a nossa identificação foi imediata. Viramos amigos de infância, uma coisa inexplicável. Naquela época, os nossos bate-papos eram mais frequentes, coisa de uma vez por mês. Desde então, muita coisa aconteceu: ele trocou de emprego e de cidade uma penca de vezes, teve filho, o pequeno, alterou o rumo da vida, sonhou, realizou, acertou e errou... Eu também mudei bastante. Porém, toda vez que ele liga, como hoje, é como se o último papo tivesse rolado ontem e a gente simplesmente continuasse de onde parou. Seria um fato corriqueiro e desinteressante, se a frequência dessas chamadas não fosse anual. A melhor revelação, claro, deixei para o final: acredite ou não, a gente nunca se viu - face to face. Coisa de filme? Nada, é vida real! Coisa de gente muito atarefada. Sei mais de JL do que a amiga em comum que nos colocou em contato. E ele sabe muito de mim, coisas que eu vou ou não fazer em um futuro próximo, a ponto de me aconselhar! E eu adoro fazer parte dessa mágica, dessa estatística do inacreditável ou do quase real. Passamos a vida tentando nos enquadrar a certos padrões, quando na verdade, ser diferente e ser original é o que conta.

tive muita vergonha de ser como sou, de ver a vida por um ângulo diferente, de não fazer escolhas óbvias. Hoje, estou muito satisfeita com as minhas particularidades, porque elas tem um valor especial e fazem distinção à minha história. Minhas escolhas, os fatos que vivo e as coisas que aprecio são de verdade e não fruto de imposição, de cópia, de estética ou daquilo que esperam. Se faz sentido para mim - um ser dotado de inteligência e integridade (uma vez que nunca rasguei dinheiro, andei pelada pela rua, girei cego parado na esquina, botei fogo no rabo do gato) - então esta valendo. E muito! E viva as minhas complexidades! Viva!

Um comentário:

Saulo disse...

Prima!! Estes seus causos são o máximo!! Fico bobo, rindo com suas histórias. Quando você escreve, consegue deixar as celebridades tão normais quanto o Seu Zé da padaria da esquina... incrível!
Bjussssssssssss