7.7.08

A Lição Final

Existem fatos que não se explicam, não é? Quando entrei na tenda de um dos desfiles do Fashion Rio, ganhei um kit com um livro-cortesia da Ediouro. O exemplar era pequeno, a capa dura e as letras no tamanho perfeito. Achei estranho ganhar um livro durante um evento de moda tão frenético. O que menos se tem é tempo para ler. Aceitei a oferta com sorriso no rosto, afinal, amo ler tanto quanto escrever. Levei para casa e o deixei na estante. Logo que acabou a semana de moda carioca, suas letrinhas começaram a brilhar na estante, pareciam me chamar numa espécie de canto da sereia. Eu o peguei, ainda descrente sobre o seu conteúdo, coloquei na bolsa e comecei a ler durante a “viagem” para o trabalho.

O texto me ganhou já em sua primeira frase. E por essas coincidências do destino, era justamente aquela obra que eu precisava ler para enfrentar esse período de vida. Nunca dantes um escrito tinha sido tão perfeito para dar voz a sentimentos ainda não despertados ou não assimilados em sua totalidade. Em A Lição Final, encontrei respostas e questionamentos na medida certa. “Procure o melhor nas pessoas. Talvez você tenha que esperar muito tempo, talvez anos, mas as pessoas vão mostrar o seu lado bom”, diz o autor, que narra fatos de sua própria vida. Essa tem sido a minha filosofia desde que me entendo por gente. Já me senti tola, mas depois desse livro, sinto-me mais que especial. Sinto-me inteira.


Sobre o que é a história?


Vivendo o auge da sua carreira e gozando de um dos melhores momentos da vida, o professor de ciência da computação Randy Pausch descobre que tem um câncer no pâncreas. Um dos tipos mais violentos, cujo diagnóstico lhe dava apenas seis meses de vida. Um homem de 47 anos, aparência jovem, simpático, cheio de energia. Um professor que encantava e motivava seus alunos. Um marido devotado e pai de três filhos - de 5, 2 e 1 ano de idade. Uma família feliz.

Os planos e sonhos desmoronaram quando os médicos deram a sentença, em agosto do ano passado. Ele se viu diante da pergunta: o que fazer quando se tem data marcada para morrer? Randy decidiu dar uma aula de despedida. Mas uma aula diferente. Uma lição de otimismo e vida. Para os colegas e alunos que lotaram o auditório, ele avisou: não esperem dicas de como enfrentar a morte. A lição é sobre a vida. "Não podemos mudar as cartas que nos dão, apenas como vamos jogar aquela mão. E se não pareço deprimido ou abatido como deveria, sinto muito por desapontá-los."



Randy era professor de ciência da computação na Universidade Carnegie Mellon, na Pennsylvania, EUA. Na palestra, ele mostra que cativava seus alunos, incentivando a imaginação, corrigindo erros de percurso à fim de formar um profissional preparado para a vida e tentando fazer tudo ser o mais divertido possível. “Eu não sei como não me divertir. Eu vou morrer se não me divertir. E vou me divertir todo o dia que me restar". A tarefa parece difícil, mas Randy prova que ela é até mais simples do que a gente imagina ao basear a sua teoria, e também a palestra, num tema comum a todas as pessoas: "Como conquistar os sonhos de criança". Ele mostra que é possível ser feliz mesmo sem realizar os sonhos do jeito que se imagina. "Se você conduzir a sua vida do jeito certo, os sonhos vão ao seu encontro", afirmou.

A palestra se tornou um sucesso na internet. Já foi assistida por mais de dez milhões de pessoas e se transformou no livro que veio parar "magicamente" nas minhas mãos. Randy segue firme fazendo o seu tratamento. Depois de uma breve internação hospitalar, voltou para casa, para ficar ao lado dos filhos Dylan, Logan e Chloe, e da mulher, Jai.



Estou com muita disposição para ler outra vez. Fato raro, porque sou avessa a revisitar o que ainda me é fresco na memória. Quero destacar o que fala mais alto ao coração. E impregnada pela obra, colocar aqui o que me for mais caro, mais raro, mais importante.

Um comentário:

V. Raner disse...

Eu tenho um certo preconceito quanto aos livros da seção de "Auto-ajuda", mas esse eu até tenho vontade de ler.