18.4.10

Sem Consequências Espúrias


“Não se preocupe. Tudo vai dar certo!”


Quá, quá... Essa era uma frase na qual eu costumava acreditar. E eu detesto admitir que eu tenha deixado de crer em ênfases importantes para colorir o cotidiano. Não é um fato de agora, devo acrescentar (nessa fase de vasculhar o interno e trazer à tona incômodos pontuais). Acredito no dia de amanhã, porque a esperança do "recomeçar" é algo que precisa me confortar. Mesmo que o amanhã não venha, eu durmo na certeza do porvir. E Deus me é por testemunha disso. Mas, sabe, nem tudo vai dar certo! Escreva isso no seu espelho com batom. Nem sempre. Fato. Não posso mais me enganar com fórmulas bonitinhas. Não se engane você. Ou melhor: se engane sim, porque muitas vezes é superválido viver uma ilusão sem consequências espúrias. Mas mantenha os pés no chão e a mente em foco (olhe no espelho as letras com batom. Você vai ver o aviso e a você mesmo). Não se perca de quem você é, mesmo que depois da ilusão você tenha se tornado "alguém além" (prefiro a expressão em inglês “somebody else”).


Não estou triste. Estou em fase contestadora e constatadora. Pode até ser o ovo de Colombo, e daí? Fazia tempo que não tirava um período só meu, de mergulho superficial nas minhas inconstâncias. Tempo de procrastinação. Blá, blá, blá. Não há sempre um final feliz. Não há sempre um final. Não há sempre a solução da casualística. Não, nem sempre. Transforma-se. Transmuta-se. Sublima-se. Deixa-se por conta da imaginação. Eu me sinto rompendo um casulo. Preciso de força e coragem para ganhar esse mundo novo. Eu mesma espero do lado de fora para saber se desse casulo vai sair uma borboleta ou uma mariposa. Sou as duas frequentemente. Mas só consigo saber a da vez logo após o romper do casulo. É sentar e esperar com paciência e obstinação. Morrem-se minhas ilusões. E tenho a sensação de que as perco numa velocidade absurda. Vou ser multada por execesso de velocidade. Será?

2 comentários:

Saulo disse...

Eu preciso acreditar nisso, senão enlouqueço! Às vezes mitigar a realidade com um pouco de fantasia "placebo" dá um gás nesta nossa efêmera existência. Ganha-se mais ar para respirar...

Bibi disse...

Placebo não está curando minhas dores de existir