23.7.09

Brasas

Meu tempo.
Seu tempo.
Nosso tempo.
O tempo do mundo.
E o mundo inteiro no tempo.
Preciso de mais tempo?
Nao sei...
Ora penso que tenho todo tempo do mundo;
Ora penso que nenhum tempo eh suficiente para cumprir exigencias.
Ser facil com outros e dificil consigo.
Por que fazemos essa escolha?
Nao te parece loucura?
A mim me parece um disparante andar a pe por fagulhas de fogo quase extinto.
Doi o pe e esquenta o peito.
Existe um mundo gritando dentro de mim,
Ha palavras que fazem eco.
Um nome.
Uma escolha.
Uma sorte de realejo.
E o que ele diz?
Fica bem, meu bem.
Me atenho ao silencio la de fora.
Onde estampidos de todos os naipes me ensurdecem
Me confundem
Me tornam prisioneira de um deserto de cores e sons.
Complexo.
Sem nexo.
Tudo esta ali, mas nada me da tanto calor quanto andar em brasas.
Descalca.
Nehuma veste esconde uma alma libertaria.
Solitaria
Amante
Delirante
Ofegante
Pensamento viaja
Roda, roda
Sobe, desce
Grita e chora
E minhas lagrimas nao mais se manifestam
(onde elas estao?)
Ja chorei tanto...
(Pra que chorar entao?)
As vezes me acho seca
As vezes sou uma torrente de aguas
Que corre sem rumo
Montanha abaixo
Lagrimas como gotas de chuva,
Praticamente inevitaveis
Das quais usamos guarda chuvas para tentar nos esconder.
E voce consegue?
Choro porque meu pranto me leva a um outro estagio
Onde a poesia eh mais quente
Mais latente
Mais tocante
Mais comovente
E se evapora, me deixando com saudade...
As brasas...
Mora?

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