1.10.09

Maluquinha

Elena Kalis


Essa semana eu liguei para uma amiga minha. Precisava de um choque de realidade. Com ela é assim: choque & realidade. Você pode ir lá para cima e lá para baixo com a velocidade de uma montanha russa. Quase sempre você leva um sacode e consegue perceber a realidade por prismas mais puristas.


Horas ao telefone e ela tentando me colocar para cima, sem perder o foco. Com ela não há canetinhas coloridas ou giz de cera! Vamos pintar com carvão! Quando me sai com uma dessas: “Você tem que pensar que todo mundo se refere a você com carinho. Sempre falam daquela maluquinha com muita consideração”. Epa! Maluquinha, pô!? RS Eu ri...


Contei isso para um amigo, que me disse que o rótulo dele é: o palhaço. Só porque faz algumas sugestões diferentes, que para a maioria não faz muito sentido ou fala sobre o tipo de coisa que ninguém mais pensaria. Ué? Mas se faz sentido para você mesmo, isso não deveria bastar?!


O problema é essa questão da maioria. Ou a gente abandona na adolescência esse conformismo de ter que parecer com o outro para se integrar e para ganhar sentido em grupo ou vamos passar uma existência inteira sendo parte do todo que tínhamos potencial para ser e não somos. Só para parecer com a maioria.


Eu não faço questão de ser como a maioria. Será que é por isso que me embrulham no rótulo de maluquinha? O problema é que eu não caibo em rótulos... Não funciono presa às coisas da maioria, porque tenho muita criatividade para colocar em prática. Se eu recebi essa energia, para que eu vou deixar escondida? Eu não... E tem gente que pensa que essa é uma energia de vida, de estilo de viver intenso. Notícia: sou mais preguiçosa que a minha Mãe, que é 42 anos mais velha que eu! Não a preguiça como pecado capital, mas a falta de empuxo mesmo.


Não posso ser igual – porque não sou um soldadinho de chumbo. Não quero ser diferente – detesto ser taxada de alguma coisa, só porque o que faço ou quero não se enquadra no quesito maioria. Não quero ser diferente, só porque sou original... Porque original somos TODOS nós. Somos únicos em nossa formação, compleição, genes, soul, criatividade. Basta fazermos a escolha por não guardarmos as nossas diferenças (maluquices?!) para sermos parecidos com a maioria. Quem define o que, afinal?

3 comentários:

Priscila Marinho disse...

Quem define o que, afinal?

Nada nem ninguém

Eu gosto de você do jeitinho que você é =P.

Beijin.

Saulo disse...

Desabafando... percebo que às vezes me embrulharam num rótulo de chato (velho). Não me acho velho, nem chato, só não sou dado aos arroubos insandecidos dos imprevidentes. Sou imediatista sim, mas programático. Sou mais pró-ativo que assodado. Sou estável e preguiçoso, mas isso não é suficiente para ser encastelado. Esse rótulo é coisas que me magoa. Uffa!
Se for pra ser velho, que eu seja como a Copélia. Prefiro não comentar!

Bibi disse...

Vai ver que essa sua porção velho - que dizem - é o que me faz gostar ainda mais de você! Fomos criados por outra geração!