15.12.08

Sétimo Dia



Ai meu São Longuinho! Não sei por que ainda aposto meus dividendos em cavalo manco!? Explica-se: a história é recorrente. Eu anoto um tópico no blog e não o desenvolvo; as pessoas são atraídas por certas palavras; a coisa ganha uma forma maior do que ela realmente tem, porque a criatividade humana é infinitamente mais capaz que fatos e letras. Então, eu me sinto mais acuada que um esquálido nerd que deixa cair o sabonete no chuveiro do vestiário dos jogadores de futebol americano depois de cinco dias concentrados...

Por que esse prólogo imenso e tenso? Bem...

Saulo disse: "Paquera no enterro... Exótico! rs Adoro os causos mais bafosos! rs"

Ivy disse: "Eu to MORRENDO de curiosidade de saber a história por trás do primeiro item. Aliás, acho que todo mundo, né?"

Val disse: "Um post já pra isso: Paquerar em enterro, velório ou missa de 7º dia COM NOMES E DETALHES PICANTES, HEIN!"


E a história não tem nada demais! Aliás, tenho uma relação tranqüila com essa coisa que dizem ser mórbida. Já contei aqui, que a minha mãe dormiu em uma lápide durante o velório, quando veio de outro estado para o enterro da sogra. Já contei aqui que visitei dois cemitérios durante viagens: o de Nacional de Arligton, na Virgínia e o De La Recoleta, em Buenos Aires, Argentina. Sim, neste último teve história. Eu estava apertada para fazer xixi e não achava nem o túmulo da Evita [motivo do passeio, anseio de Max, o menino maluquinho] e nem um caminho que levasse ao banheiro. Estava procurando uma tumba mais fechadinha para poder resolver o meu problema, mas o medo de algum defunto passar a mão na minha bunda foi maior. Foi em um desses corredores de mausoléus que eu me deparei com três gatinhos de sotaque americano e comecei a puxar papo; eles com o mapa na mão [o MAPA do cemitério] e eu ali arranhando meu inglês... Mas o cérebro estava todo concentrado na bexiga [sem trocadilhos, por favor].

Bem, comigo não rolou de "dar uns pegas" no gringo entre as tumbas na Recoleta. Contudo, a Onça, minha companheira de viagem, já havia ido além. Anos antes, um professor da escola morreu. As turmas foram em "caravana" para o enterro. A Onça troca olhares com um "coleguinha" e pinta aquele sentimento [frisson, diriam os adeptos de gírias idosas]. Entre mortos e feridos, rolou uma pegação básica.

Pois é. No meu extenso currículo de histórias estranhas e amigos esquisitos, não consta ainda o item "malho entre as sepulturas de cadáveres humanos". Nunca tive que consolar um tipo mão fria, coração quente...

E toda essa história começou no dia em que a Lucy, minha nova amiga do trabalho, resolveu me apresentar umas ruas ainda inexploradas nos arredores do escritório. Passamos em frente a uma igreja famosa da região e as pessoas saíam do que parecia ser uma missa de sétimo dia. Só jovens. Só caras lindos. Todos de terno. Frágeis. Aparentemente necessitando de braços consoladores... A Lucy passa por ali, vira-se para olhar a paisagem mais uma vez e solta a pérola: " Hum, nunca havia pensado em paquerar em enterro, velório ou missa de 7º dia... Olha como pode ser uma experiência interessante?" hahaha Melhor que isso, só a Onça pedindo para tirar foto com os padres mais lindos de uma catedral na Plaza de Mayo! Jesus me abana! Cada homem de saia mais bonito que o outro [Hummmm, mira que rico! hermoso! ui, ui , ui].

2 comentários:

Anônimo disse...

Ahhhhhhhhhh..... e eu achando que leria confissões picantes de Bibi na bicicleta, dando voltas numas covas rasas. Hahahaha...
Nessa última viagem a Paris, fiquei hospedado num albergue que fica nem próximo ao famoso cemitério Père-Lachaise, onde estão os túmulos de Molière, Chopin, Musset, Balzac... além de Alan Kardec, Marcel Proust, Oscar Wilde e Édith Piaf.
É tão atração turística, que tem mapa para se guiar lá dentro. Eu não fui, não me desperta o mínimo interesse. Deve ser porque, quando passei próximo dali, ano vi nenhuma beata carente chorando. hahahaha

Saulo disse...

Num tô dizênu!?! rsrsrs
Estes causos mais bafosos são os melhores!!! rsrsrsrsrsrs
Semana que vem parto pra Buenos e vou investigar o tal cemitério atrás de "pistas suas". Vai que a "gatinha" deixou algum inusitado vestígio... Miau...