14.2.12

Na estante - O Livro do Boni





Finalmente acabei de ler "O Livro do Boni". Na semana de lançamento fui comprar e estava esgotado em várias livrarias carioca. Demorei, mas consegui meu exemplar. Não é bem uma biografia, perderia a graça se fosse uma contada pelo próprio autor. São causos vistos, vividos e narrados por quem fez o mundo da TV girar por mais de 30 anos.


Em 459 páginas (seria um número cabalístico este quase redondo?) Boni fala de tudo. Passagens bem interessantes da vida dele e outra muito irrelevantes. Assim como nas novelas, em dado momento você percebe uma barriga na história (jargão de TV). Principalmente quando você está ansioso para ver logo a parte da construção do padrão Globo e ela parece nunca chegar. A linguagem flui, o que torna a experiência ainda mais agradável.


Há mea culpa, revelações, pedidos de desculpa e esclarecimentos de toda sorte. Há uma parte meio machista, quando ela fala sobre a novelista Glória Magadan. Não me refiro às mostras de incompetência, mas ao trecho em que ele expõe o assédio dela a outros funcionários. Isso foi deselegante, porque certamente outras pessoas citadas no livro podem ter passado por situação semelhante e não foram expostas. No mais, tudo é festa e curiosidade na obra do Boni. Ele inclusive menciona a questão da ligação da Globo com a Time-Life, que sempre me pareceu sombria aos olhos públicos.


Uma aula sobre os bastidores da TV. A fábrica de sonhos também é feita de coisas muito, muito palpáveis. E de talentos intolerantes, como mostra e assegura "O Livro do Boni". A editora Casa da Palavra se deu bem!


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Comecei a ler a biografia de Oscar Wilde.    

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