15.2.12

poesia


Tatuagem sem tinta

A casca passa, a alma permanece
Floresce o que a gente plantou
Semeou em solo produtivo
O que mata e o que cresce
Sem querer, por querer...
Levamos na mochila desse viver
Lembrança e acolhida
Remorso e ferida
Chegada e partida
Pesos lancinantes,
Mas não pesos somente...
Levamos conosco a semente
De um futuro a ser plantado
Como o amor que cresce embalado
No peito
No certo movimento incerto
Do corpo suado e insuspeito
De quem se entrega.
Como a paixão indistinta
Tatuagem sem tinta
Sensações envolventes
Corpos trementes
Fagulha que descarrega.
Como a atração que acontece
Sorrateira e provocante
No vacilo de um instante
Já tomou as suas veias
Já criou as suas teias
E você se pergunta a sorrir:
Como cheguei até aqui?

[Bia Amorim]

2 comentários:

PJ disse...

Muito bom!!!

Bibi disse...

Ah, que lindo, obrigada! Sempre que estou insegura com um trabalho, aparece alguém para dar uma força. Vc o fez! Fofura!