Só Comigo!

Essa é da série: "ESSAS COISAS SÓ ACONTECEM COMIGO"...

A última sexta-feira foi um dia muito difícil para mim. Era noite de Halloween e eu estava me sentindo a Cinderela à caráter no meio do chá de panela da noiva de Chuck. Terminei o expediente no escritório chorando muito, triste com as últimas notícias que havia recebido por telefone.

Não querendo ficar sozinha naquele estado de Gata Borralheira na sarjeta - sem um sapato de cristal e com a maquiagem toda borrada -, liguei para o Filly. Era o ombro mais perto e a animação mais rápida do oeste. Sabe onde ele estava? Justamente na festa de Halloween do curso que ele trabalha... Fazer o que?! Fui até lá, na esperança do evento já estar no fim.

Ao chegar ao recinto, topei com várias crianças fantasiadas, gritando e correndo em uma sala escura cheia de balões pretos e roxos. O toque final da decoração era um monte de abóboras desdentadas sorrindo para você sarcasticamente. Aquilo me deprimiu um pouco mais. Soube que o Filly estava do lado de fora com um amigo gringo e a diretora do curso. Fui até ele, caminhando com certo alívio. Ar puro me faria bem. A diretora logo se separou do grupo e eu pude ganhar um abraço do tipo Milk Shake do Bob's [carente]. Chorei alto, ali mesmo, ao lado da banca de jornal, a duas quadras da Praia de Copacabana.

Enquanto a minha cena se desenrolava, uma outra paralela começava a ganhar espaço bem ao meu lado. Eu estava abraçada ao Filly, quando um mendigo [caolho e com uma muleta de madeira] se aproximou do Gringo e pediu um trocado. Vendo a minha situação e na tentava meio desesperada de despachar logo o sujeito para longe dali, nosso amigo põe a mão no bolso e entrega-lhe algumas moedas. O mendigo me olha e observa meu chororô. Ao invés de ir embora, ele coloca uma das mãos no Gringo e começa a me consolar! É sério! Fui consolada pelo Dingão Copacabanensse. E ele não parava de falar, dizendo que aquilo ia passar, que eu era uma pessoa do bem, etc, etc, etc. Eu já não sabia se chorava ou se ria da minha situação. O Filly já gargalhava, dizendo que aquilo era fim de carreira e que só eu podia fazê-lo passar por uma situação tão estranha...

Nosso amigo Gringo escutou o papo do Dingão até o fim. E quando se juntou a nós, outra vez, soltou a pérola:

Gringo - Ele só precisava desabafar...

HAHAHAHAHA

e EU?!