Essa semana alguém que me conhece bem - e a quem tento deixar conhecer o meu melhor e a minha parte mais delicadinha (e esses são tão poucos e tão únicos) - me definiu como sendo: "deslumbradinha".
- Deslumbradinha?
- É, mas de uma forma positiva.
- Deslumbradinha?
- Deslumbradinha do bem...
Fiquei pensando se eu me mostro aqui como o último biscoito do pacote na prateleira da minha casa... Sei não. Já é muito difícil eu tentar ser eu mesma sem reservas, imagina ter que controlar aquilo que pensam ao meu respeito? No fundo, no fundo, a gente é responsável também por aquilo que transparece, uma vez que somos o nosso próprio cartão de visitas. Mas não dá mesmo para controlar o olhar do outro sobre nós. Mesmo que para esse outro façamos um esforço hercúleo de parecer sensacional. Talvez aí esteja meu grande erro: parecer mais do que ser apenas um "singular girl" "one of a kind".
E pensando nisso, em quem posso ser diante daquilo que projeto... Recebo um e-mail na tarde dessa segunda-feira esquisita. Estava me sentindo meio sem sentido. Tive uma conversa bastante difícil sobre os rumos da vida durante o almoço com um cara sublime (que fatalmente teria sido um dos meus mestres no exercício da profissão se eu o tivesse conhecido antes). Voltei desanimada para minha mesa e arrastando correntes diante do calor insuportável que faz no Rio. Sim, o e-mail.
Graças a Deus na minha vida existe uma pessoa que não me pede nada em troca, a não ser o fato de ficar perto. Tenta me conhecer, muitas vezes sem nem me perguntar. Usa o poder da observação, tão em desuso nesses tempos de corrida pela vida. Ele diz:
- Você é uma garota adorável em muitos sentidos.
- Por que você diz isso? Besteira!
- Você é adorável com as palavras,
É adorável pelo jeito que me trata,
É adorável quando agarra meu braço,
É adorável quando aparece para falar comigo,
É adorável quando se expõe
É adorável quando consegue falar do subjetivo, objetivamente
É adorável quando é amável
É adorável quando "se importa"...
Diante de palavras tão doces, sinceras e absolutamente inesperadas... Me diz?! Como não ser deslumbradinha? Não sendo, oras! Porque ao dividir aqui com vocês o fruto do carinho de alguém, não quero com isso mostrar o quanto sou a tal.
O que eu quero - além de homenagear essa pessoa extraordinária que caminha ao meu lado nessa batalha chamada existir - é mostrar para mim e para quem quer que seja, que há dias em que a gente está chupando parafuso para ver se vira prego, achando que a vida se resume em levantar de manhã e ir dormir (as vezes correndo) à noite, que sempre existe alguém que tem olhos adoráveis sobre você. Porque essa adorável não sou eu exatamente, mas os olhos daquele que assim me vê.
E eu adoro, claro! São palavras que confortam o coração e reforçam a fé na vida, no outro, nas relações verdadeiras e desinteressadas. Não falo em cativar, como se eu tivesse feito alguma coisa de extraordinário para que pessoas assim se aproximassem. A história do Pequeno Príncipe me aborrece, porque ele faz alguma coisa para conquistar a Raposa e eu acredito que nem sempre seja assim. Troca? Tem que haver sempre, mas é óbvio! Um alimenta o outro e assim se formam relações de qualquer espécie (se não a coisa vira parasitária até que um elimine o outro)... Mas ser natural, ser você, muitas vezes é mais intenso e revolucionário que querer parecer o melhor de você. Apenas.
PS: Se eu sou deslumbradinha?
Até sou, né? hahaha
Vamos combinar que essa vida ainda me deslumbra deveras.
Eu sou uma encantada pelas "coisas" humanas e as divinas também.
O acaso, a casualidade, as surpresas, as mudanças de rotas, viagens inesperadas, novos e velhos amigos e fatos como beijos roubados, por exemplo, me deslumbram sobremaneira.
2 comentários:
que seja deslumbradinha, deslumbrada ou deslumbradíssima!!!!!desde que continue sempre assim...deslumbrando.
hahahaha Muito bom Eliza! Tô adorando seus comentários! Escuta: Vi que vc entrou na comunidade do Eike Batista para presidente. Pois bem, ele já sabe da nossa existência no orkut! Luxo só! Oba!
BEIJO
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