Li há algum tempo que Charles Möeller e Claudio Botelho planejam criar um espetáculo musical sobre Roberto Carlos. Podemos dizer que é uma dupla que emplaca sucesso atrás de sucesso nos palcos. Uma mistura com Robertão pode ter um resultado, no mínimo, interessante. Todo mundo tem uma “preferida” do Rei. Seja na voz dele ou em uma das muitas regravações e versões de bandas e músicos mais pop [digamos assim].
A primeira vez que vi o Roberto Carlos, eu nem pensava em ser jornalista. O irmão da minha vizinha fazia um tratamento na Urca e a gente sempre parava ali na mureta, em frente ao apartamento dele. Um dia eu o vi passar com a Miriam Rios, sua mulher, na época. "Grande coisa", lembro de ter pensado.
Anos mais tarde, Esmê, meu chefe, me dá a missão de descobrir se o Roberto faria missa de dois [ou três, já nem lembro] anos da morte de Maria Rita. Sabe qual foi a primeira coisa que pensei? “Caraca, eu estou de preto!”. Já ia pedir para descer e comprar uma roupa azul, quando me dei conta de duas coisas:
1) Não sou fã;
2) Ele não gostava de marrom, não era isso? Missa de preto tem até relação...
Hoje me dá vontade de rir com essa preocupação boba. “É o Rei, é o Rei"... A gente logo pensa. Pô, bicho, é o Robertão! E fui eu para a porta da igreja farejar se haveria missa. As caixas de equipamento de som azuis denunciavam. Chegando mais perto, vi a marca RC. Já é!
Fiz a cobertura daquela missa e de, pelo menos, mais uma três [ou quatro]. A liturgia era sempre a mesma. Mesmo padre, mesma sequência de acontecimentos. E a tristeza no rosto de um homem que perdeu o seu amor. Porém, quando ele abria a boca para cantar... Vou te dizer! Roberto ao vivo é sensacional. Aquela voz inconfundível, que te embala, que te emociona. Mesmo que as músicas também se repetissem “ad eternum”. Meu bicho carpinteiro sossegava no banco ao ouvir qualquer acorde “Del Rey”.
E eu me lembro da última vez em que estive na missa. Foi tão especial, quanto a primeira. A estréia sempre rola sob o signo da novidade e você se impressiona até com o ZzzZzzz de um mosquitinho que passa ali, desavisado. Na última [que fui], a gente já sentia que o Roberto estava começando a reagir. Seguia firme no tratamento do TOC, já havia voltado a fazer os shows e até a “marombar”, como ele mesmo disse em uma de suas coletivas.
Finda a missa, fotógrafos e repórteres correm para frente da capela. Só que os fotógrafos ainda não haviam sido liberados. Nós, repórteres, estávamos em um grupinho, atrás de um cordão de seguranças, esperando o Rei falar com seus familiares. Nisso, vem atrás de nós uma horda de fotógrafos enlouquecidos; tal qual estouro de manada. Eu estava presa entre um segurança e o banco da igreja e comecei a ser esmagada. E o fotógrafo gritando comigo, porque eu estaria atrapalhando a sua foto [ora você veja!].
Nessa situação esdrúxula, ele me pegou pela mão. Foi isso. Roberto Carlos me pegou pela mão e me colocou na parte de dentro do tal cordão de isolamento. E ficamos lá: eu, ele, o padre Jorjão, a Kassu (assessora dele) e uns três familiares. E só o que me vinha à cabeça era: “Não adianta nem tentar me esquecer. Durante muito tempo em sua vida, eu vou viver. Detalhes tão pequenos de nós dois, são coisas muito grandes pra esquecer e toda hora vão estar presentes, você vai ver”.
A primeira vez que vi o Roberto Carlos, eu nem pensava em ser jornalista. O irmão da minha vizinha fazia um tratamento na Urca e a gente sempre parava ali na mureta, em frente ao apartamento dele. Um dia eu o vi passar com a Miriam Rios, sua mulher, na época. "Grande coisa", lembro de ter pensado.
Anos mais tarde, Esmê, meu chefe, me dá a missão de descobrir se o Roberto faria missa de dois [ou três, já nem lembro] anos da morte de Maria Rita. Sabe qual foi a primeira coisa que pensei? “Caraca, eu estou de preto!”. Já ia pedir para descer e comprar uma roupa azul, quando me dei conta de duas coisas:
1) Não sou fã;
2) Ele não gostava de marrom, não era isso? Missa de preto tem até relação...
Hoje me dá vontade de rir com essa preocupação boba. “É o Rei, é o Rei"... A gente logo pensa. Pô, bicho, é o Robertão! E fui eu para a porta da igreja farejar se haveria missa. As caixas de equipamento de som azuis denunciavam. Chegando mais perto, vi a marca RC. Já é!
Fiz a cobertura daquela missa e de, pelo menos, mais uma três [ou quatro]. A liturgia era sempre a mesma. Mesmo padre, mesma sequência de acontecimentos. E a tristeza no rosto de um homem que perdeu o seu amor. Porém, quando ele abria a boca para cantar... Vou te dizer! Roberto ao vivo é sensacional. Aquela voz inconfundível, que te embala, que te emociona. Mesmo que as músicas também se repetissem “ad eternum”. Meu bicho carpinteiro sossegava no banco ao ouvir qualquer acorde “Del Rey”.
E eu me lembro da última vez em que estive na missa. Foi tão especial, quanto a primeira. A estréia sempre rola sob o signo da novidade e você se impressiona até com o ZzzZzzz de um mosquitinho que passa ali, desavisado. Na última [que fui], a gente já sentia que o Roberto estava começando a reagir. Seguia firme no tratamento do TOC, já havia voltado a fazer os shows e até a “marombar”, como ele mesmo disse em uma de suas coletivas.
Finda a missa, fotógrafos e repórteres correm para frente da capela. Só que os fotógrafos ainda não haviam sido liberados. Nós, repórteres, estávamos em um grupinho, atrás de um cordão de seguranças, esperando o Rei falar com seus familiares. Nisso, vem atrás de nós uma horda de fotógrafos enlouquecidos; tal qual estouro de manada. Eu estava presa entre um segurança e o banco da igreja e comecei a ser esmagada. E o fotógrafo gritando comigo, porque eu estaria atrapalhando a sua foto [ora você veja!].
Nessa situação esdrúxula, ele me pegou pela mão. Foi isso. Roberto Carlos me pegou pela mão e me colocou na parte de dentro do tal cordão de isolamento. E ficamos lá: eu, ele, o padre Jorjão, a Kassu (assessora dele) e uns três familiares. E só o que me vinha à cabeça era: “Não adianta nem tentar me esquecer. Durante muito tempo em sua vida, eu vou viver. Detalhes tão pequenos de nós dois, são coisas muito grandes pra esquecer e toda hora vão estar presentes, você vai ver”.
Acorda menina! Foram segundos desse torpor Robertiano até eu me dar conta de que eu tinha uma exclusiva! Enquanto ele se encaminhava para a porta, lembro de ter feito três perguntas e ele ali, me respondendo tudo com calma, sem deixar de seguir o seu caminho. Foi legal, mas... Não virou matéria. Fim de ano, a revista já estava fechada. A notícia da missa era requentada. Você pode pensar, como eu também pensei um dia: “grande coisa”. Tudo bem, voilà. Ficou o meu “detalhe” com Roberto.
6 comentários:
O Rei é sensacional. Adoro, já peguei a rosa duas vezes...rs
tenho um grande defeito
gosto dele
sempre gostei
e das musicas dele
as vezes ate' ouco no carro
e fui ao ultimo show na Arena
bj
Sambeira: tô babado! Rosa eu nunca peguei! hahaha Só a mão e um chega para perto! hahahah
Zé: isso não é defeito! A única fase do Rei que eu detestei foi quando ele resolveu homenagear certas partes da mulher: pequena, gordinha, etc etc. Ui! Ali não dava! Mas todas as outras são dignas de OHHHH. E agora que ele resolveu cantar Jobim com Caetano? Ai Meu Pai! Muito bom!
Rei?! Da geração da Jovem Guarda e... ponto! Para mim, RC é só uma personagem. Leva minha mãe e suas contemporâneas à loucura... cômico. A mim não diz nada. Por vezes até encomoda (as mesmas músicas, os mesmos gestos, os mesmos tiques, o mesmo terno, na mesma época do ano...) Aff...
Ainda bem que nada é eterno!
Podia ter publicado aqui o que a revista nao fez!
Saulo, eu tb achava estranho o jeitão do Robertão, mas qdo transcendi a imagem, o que ficou vale a pena. A poesia das letras, a voz suave e que não desafina. Po, nesse fim de ano o Rei ousou com Nenguinho da Beija Flor, cantou com o Caetano, já cantou funk... Dá uma chance para o sujeito! rs
É Val, podia, mas já faz tanto tempo, que nem sei mais onde eu anotei isso, onde está o bloquinho e se eu cheguei a salvar isso tudo em algum lugar. O tempo não perdoa! Por isso tento registrar algumas lembranças...
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