18.3.09

Pensando...

“A pessoa que é livre e que exercita sua liberdade sempre choca os outros”Vera Fischer.

Ando muito sem inspiração. Fico chateada de não conseguir escrever sempre aqui. Contudo, a minha fidelidade maior é com a escrita que brota de dentro. Não queria ter que forjar um insight para preencher a lacuna que deixo aqui, quando o entusiasmo não me acompanha.

A criatividade é uma peça de roupa que está sempre comigo. É minha irmã. Cheia de vontades. Eu a desperto sempre que preciso. A vontade não. E a vontade anda tão alinhada ao desejo. E o meu desejo agora é ficar em paz. Quieta. Pensando...

- De tanto pensar, morreu um burro!

Minha Mãe me dizia, quando eu era criança e estranhamente ficava quieta. O normal sempre foi falar e correr e pular e respirar e inventar. O tempo de pensar para mim, antes, era tristeza. Hoje, não mais. Vivo dias de sol. Estou confortável dentro da minha própria pele e sigo o vento. O vento das boas notícias. Então, estou pensando, mas não estou matando nenhum burro! [De onde veio esse raio de frase, afinal?].

Na última segunda-feira eu fui em busca do passado. E o encontrei em forma de amigos. Café, pão de queijo e palavras [Eu sei, pode parecer até um vício café com pão de queijo. Pode ser. As palavras, no entanto, não eram de livros, como no outro texto, mas palavras trocadas com afeto]. E pra que servem as palavras? Servem para dar forma ao pensamento. E assim a gente transforma a poeira em atitude. Muitas vezes através de simples gestos: tirar livros da estante, telefonar para quem está distante, escrever o que antes era apenas um fluido mental disforme.

Gosto da ação e reação. Gosto de limpar a “casa” para trazer gente para dentro. Ou para o centro. As pessoas que voltaram do passado, sempre estiveram no coração, mas não estavam na história. Talvez porque existam histórias que precisam ser elaboradas em seus próprios centros. E vivemos a nossa vida individual à espera de trazer para perto quem a gente sente que precisa estar. Novos olhares de velhos conhecidos. Novas forças somadas. E a liberdade de ser quem eu sou, quem eu fui e quem gostaria de ser.
Não precisamos de máscaras, quando vivemos de verdade a nossa verdade. Não aquilo que os outros esperam. Por que isso? Porque vi um filme que o protagonista dizia: “você é dura consigo mesma; conseqüentemente é dura com quem está a sua volta”. Já fui dura comigo e agora aposto na suavidade de ser e me saber mulher. Muito importante isso.

E aquela frase da Vera Fischer que abre o texto? Estava lendo a matéria da minha amiga Lu Barcellos para a Quem. Ótima matéria. Essa frase da Vera me acompanhou durante toda a entrevista. Li tudo pensando nesse pedaço de declaração. “A pessoa que exercita sua liberdade sempre choca os outros”. Sou livre para fazer as minhas escolhas pessoais e achar que tudo vai ficar bem. Sou livre para exercitar o pensamento e acreditar que sempre existe algo de bom no mundo, nas pessoas. Sou livre para amar e não mais amar uma pessoa e achar que tudo vai ficar bem. Sou livre para não escolher o óbvio e muitas vezes choco as pessoas. Não porque as minhas escolhas são do tipo “cabeludas”, mas porque são diferentes, espontâneas. Fazer o que? O que me perturba é quando encontro alguém que julga pelo rótulo e pára por aí. Muitas vezes o rótulo é apenas uma burka imposta pela sociedade.

Ontem eu conversava com um amigo pelo MSN, quando escrevi uma observação cômica sobre o "nada" daquele papo. Eram fatos hipotéticos. Dei a minha opinião, ele riu muito e disse:
- Só você!

Outra frase que me prendeu. Estou pensando nela até agora. Minhas escolhas não fazem parte de um jogo. Só sei ser eu mesma. Parece fácil me compreender, fazer uma leitura de mim, me pescar. Nenhum de nós é fácil. Todos carregamos um mundo de coisas particulares, únicas. É mais fácil parecer fácil e se entregar à mesmice dos acontecimentos. Mas há tanta vida aqui dentro... Gosto de me embrulhar para presente. Laços de fita. Surpresa!

4 comentários:

Anônimo disse...

Essa matéria saiu onde? Nao li... Nao conheço esa revista, deve ser boa. hehhee

Anônimo disse...

Olha a mineirisse ai novamente "café com pão de queijo" igual só queijo com goiabada (rss)

“A pessoa que exercita sua liberdade sempre choca os outros”. Sou livre para fazer as minhas escolhas pessoais e achar que tudo vai ficar bem. Sou livre para exercitar o pensamento e acreditar que sempre existe algo de bom no mundo, nas pessoas. Sou livre para amar e não mais amar uma pessoa e achar que tudo vai ficar bem. Sou livre para não escolher o óbvio e muitas vezes choco as pessoas. Não porque as minhas escolhas são do tipo “cabeludas”, mas porque são diferentes, espontâneas. Fazer o que? O que me perturba é quando encontro alguém que julga pelo rótulo e pára por aí. Muitas vezes o rótulo é apenas uma burka imposta pela sociedade.

nestas suas palavra acima eu mim vi pois as pessoas querem o rotulo e não a pessoa com seu pensamento, suas atitudes e outras coisas. O rotulo; estou em uma fase de vida que isso já não importa mais e que Eu tenho que viver aquilo pelo qual eu estou preparado e pronto para viver e não o que é a mim imposto como rotulo "religião, amor (o mais dificil), conceitos, amizades. Por que decidir mudar e não ter rotulo hoje eu sou um estranho para muito... Mas os que comigo continuam a caminhar eu sou grato por não mim jugarem mas por ainda andar comigo...
Muito profundo seu texto mexeu muito comigo...
Abraços

Saulo disse...

Quer uma sugestão?! Da próxima "embrulhe-se" num bolo... like Norma Jean...

Bibi disse...

Saulo, mas eu me faço presente para os que amo sempre! Não viu os laços a te espetar o pescoço!? hehehe