24.6.09


Como falar dos pensamentos mais íntimos sem me revelar?
Como mostrar toda a verdade que carrego em mim sem conversar com o papel?
Como expor o interior sem mostrar o que me é mais caro? Mais casto?
Como proteger as estruturas emocionais quando já andamos tão armados? E eu sou da paz!
Como ser translúcida se tenho sede da transparência?
Engatinho na nobre arte das sutilezas...
Todos sentem: mistérios, desejos e encantos.
Todos têm: sonhos, anseios e vontades...
Você me diz:
"... E se todos nós, e todos os outros, soltarmos nossos amores, haverá muita correspondência se beijando pelo ar".
Não somos fluidos como os nossos pensamentos, não é?
Vivemos a realidade de carne e osso. Corpo no corpo, mente vagando...
Estou engatinhando na nobre arte da sedução... Com as palavras.
Volvo-me, revolve-me e volto a meus termos.
Sugo a seiva da vida e não me sacio.
Preciso estar além dos sonhos e das expectativas.
Sou terrivelmente sonhadora, mas mantenho os pés plantados no chão.
O pensamento viaja e encontra, todas as noites, o que o inconsciente não revela. Ou revela?
Mas eu sei...
Você sabe...
Cada um sabe de si...
Cada um, mais cedo ou mais tarde, se dá conta de que viver é aplicar a simplicidade.
Definir ironia? Coisa mais complicada é ser simples nos dias de hoje.
Sou complexa porque a espontaneidade é a minha irmã.
Faço tipo que não faço tipo.
Sou mulherzinha; sou uma flor que precisa ser regada de carinho.
O vento me leva... Para junto... Para longe... Para perto... Para sempre.
Planta a minha raiz e me rega.
Eu planto a sua, no terreno do amor, que brota.
Eu sou amor e sou saudade.
Eu sou a felicidade, brotando de flor em flor.

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