8.6.09

Um Milhão

Foto: Onça

“Eu quero ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar”. Esse refrão da música de Roberto Carlos é bem marcante. Acho que ele, ao longo da carreira, amealhou sim um milhão de vozes para entoar suas canções. O ator americano Ashton Kutcher, marido de Demi Moore, conseguiu seu o primeiro do Twitter a ter um milhão de seguidores. Embora seja humanamente impossível ter um milhão de amigos, na definição máxima que a palavra exige, acho a idéia de “tocar” a vida de muitas pessoas – e ser “tocada” por elas em retribuição – bastante interessante.

Sou tímida. E essa é uma sentença muito difícil de acreditar, mas é real. Acho que justamente por me sentir tão desconfortável com o novo é que eu já trago para a esfera do “temos algo em comum”. Se eu chego a um lugar e já conheço alguém é ótimo. Eu me solto e me entrego à ocasião. Quando sou uma completa desconhecida, a sensação de não pertencimento me assola e eu fico nervosa igual a gente que tem medo de tirar sangue. No geral eu faço amigos de maneira bem rápida. Gosto de falar e de ouvir. Gosto de deixar a pessoa imediatamente confortável e segura. Não tenho como me dividir em muitas e prezo – até demais – meus momentos de solidão necessária, mas... EU CONFESSO... Fazer parte da vida de alguém bacana, de alguma forma, é um excelente meio de se viver.

Não se engane: você é pontualmente responsável pelas pessoas que traz para a sua vida, por aquelas que deixa ficar, permanecer e fazer morada. É você quem decide aqueles cujas palavras vão te afetar ou fazer diferença na sua linha de pensamento/sentimento; embora, muitas vezes, é a palavra de um desconhecido que vai te tirar do lugar comum. Esse é verdadeiramente um alerta, porque você pode participar e influenciar a vida de muitos, sem necessariamente trazê-los para a esfera da intimidade. Essa sim, deve ser muito bem preservada. Ter um milhão de amigos é fazer diferença na vida de um grande número de pessoas e estar disposto a contar as suas histórias e ouvir o relato de tanta gente que viveu tantas outras experiências além das suas. Costumo falar para o que eu não tenho a idade que aparento, porque desde muito cedo convivi com gente bem mais velha que eu. E nas histórias dos amigos dos meus pais fui forjando um baú de conhecimento e experiências tantas. E embora isso me torne alguém mais madura – talvez – eu diria que o conhecimento teórico não substitui a grandeza do conhecimento empírico; mas são áreas diferentes e complementares daquilo que podemos chamar de experiências de vida.

Ontem, domingo, eu agradeci a Deus por ter me mandado uma nova amiga: Aline {e choramos emocionadas por esse encontro tão recente, mas tão bonito}. Não sabemos quase nada uma da outra; mas nossa amizade foi de um conforto e paz que não se pode medir. Jorge diz que eu sou uma pessoa que gosta muito de abraçar e beijar e que eu tenho um carinho sem tamanho dentro de mim. Talvez as pessoas estejam precisando de carinho nesses dias difíceis. Dias ásperos e de uma rudeza... Fato é que quanto mais carinho eu dou, mais eu recebo. Antes, me achava uma completa idiota em me doar dessa forma. Até perceber que até nesse ato a gente deve buscar um equilíbrio. Hoje faço o que posso, sabendo que nesse processo eu vou errar e acertar uma infinidade de vezes. O segredo é ser sincero com o seu coração. Quando você espalha o bem, coisas boas acontecem.

Ano passado eu, Onça e Max fomos para Buenos Aires. Um dia, acordamos cedo, pegamos o trem e fomos parar no Parque de La Costa. Enquanto esperávamos a abertura do parque e dos brinquedos, ficamos em uma pequena fila disforme. Cada um apoiado em uma daquelas barras de ferro que separam as filas. Lá de longe a gente avista um cachorro pimpão, andando entre as pessoas que ali esperavam. Ele dava voltinha, meio que procurando o seu lugar. Do nada, ele fez uma reta e veio descansar justamente onde? Ao meu lado. A Onça achou aquela cena tão fora do comum, que registrou. Eu também achei meio inacreditável. Mas a vida é assim, que espalha amor acaba recebendo boas surpresas. Um amigo peludo!

9 comentários:

Anônimo disse...

"Se eu chego a um lugar e já conheço alguém é ótimo. Eu me solto e me entrego à ocasião. Quando sou uma completa desconhecida, a sensação de não pertencimento me assola e eu fico nervosa igual a gente que tem medo de tirar sangue." - parece eu, e nunca vou num lugar que nunca fui, que desconheço sozinho, tenho sempre que levar alguém comigo, depois vou sozinho e até mais de mil vezes, mas se nunca fui, preciso de alguém comigo. Abraço e sucesso.

Saulo disse...

Este parque foi realmente bem fraquinho. Se não fosse por duas montanhas russas, não teria valido a pena!

Ana Martins disse...

Ah, que legal!!! amigo é amigo! E peludos são muito mais que amigos... vc assistiu "Marley & eu"? bjos!!!

Dani Lomba disse...

Nem é peluda, mais já é AMIGA!!
Vc é muito fofa, e merece MUITOOO CARINHOOO!!! rs...rs...rs...

Sabe quem vai amar esse texto?? Rev. Guigui...era a música tema dele em seu mandato de presidente do Rotary!! Manda p o Charles...com dedicatória e tudo!
bjosss

Bibi disse...

A irmã da Angélica, a Márcia Marbá, quando gosta de alguém diz que a pessoa é peluda! hahhaahah

Bibi disse...

Ana: Não vi o filme, mas acho que choraria baldes!

Elma disse...

Bibi, a gente já tem um milhão de amigos, de primos de iguais. Basta que voce acredite como eu, que não há praticamente nenhuma diferença entre eu e uma nuvem. ASe eu quiser poso conversar com ela, ouvir suas palavras e interpretar seus movimentos como um abraço!
Sabe saúde mental, é uma escolha de toda a hora.
Beijos Elma

Dani Lomba disse...

Então vc é PELUDA!!

Bibi disse...

Vc tb é peluda Dani!