25.6.09

E mesmo que esteja morto: ele morreu?!
Acho que se uniu a Elvis

8 comentários:

Saulo disse...

Fala sério... morreu, bem mortinho! Presuntou! Subiu no telhado pa dar un pegas num menininho caiu! Tomou um exagero de tóxicos para clareamento de pele e derreteu tal qual a Bruxa má do oeste! Se foi, bem "fondo", e pronto...

Helga disse...

É, se uniu a Elvis no melhor sentido, dos mitos, dos imortais, dos que serão pranteados pelos anos afora, jamais serão esquecidos.
Concordo plenamente com você.
beijão

Bibi disse...

Olá Helga!
Welcome!
Como vc me achou?
Um beijo!

Vivi disse...

Há algum tempo, eu olhava o Michael como um cara doido, cheio de tóxico, que comia criancinha. Foi o Alex que me fez querer olhar para este ícone mais de perto, me esvaziar do senso comum para tentar entender quem é este cara que recebeu título de rei. Hoje tenho certeza de que o mundo perdeu, sim, um gênio incompreendido. Ele tem seus erros, seus exageros, mas quem não tem... será que se fóssemos pessoas públicas tb não teríamos nossos atos julgados como maus pelo senso comum? Não haveria aproveitadores nas nossas vidas manchando nossa história? Ninguém, arrasta uma legião tão grande de fàs sem nenhuma virtude.
Como dizem por aqui, R.I.P., Michael.

Anônimo disse...

Tinha decidido não escrever mais em blogs, sites de relacionamento ou em qualquer outro veículo ou ferramenta midiática, não queria mais dedicar o meu tempo ou dividi-lo com qualquer outra coisa que não fosse aos meus roteiros e aos meus romances, mas não posso fazer isso, não é honesto comigo. Ora, pensei, então por que me privar de algo que gosto de fazer? E hoje, acredito, seja isso, a única coisa que sei fazer de melhor e a que me dá mais prazer.

Pois bem, no dia 25 de junho de 2009, estava eu, tranqüilo, no meu mundo, quando de repente recebo a notícia bombástica de que “Ele” morreu. Sim, Michael Joseph Jackson, morreu. No princípio, fiquei chocado como todo mundo, recusei-me a acreditar. Boatos, pensei, mas com as notícias chegando numa velocidade absurda, fui vendo que era verdade, e então, algo ocorreu. Não se tratava apenas da morte de uma personalidade mundial, de um ídolo popular, mas de um amigo, sim, um cara que me acompanhou por pelo menos, 30 anos.

Estranho isso, nunca nos vimos ou nos falamos, mas ele esteve ali do meu lado o tempo inteiro, nas melhores e piores fases da minha vida, me jogando pra cima nos momentos felizes e me confortando nas crises de depressão com suas baladas inesquecíveis. Lembro que Michael era apenas 4 anos mais velho do que eu e quando começou a fazer sucesso com os “Jackson Five”, eu só tinha 9 anos. De lá pra cá, Michael me alegrou e me fez chorar muitas vezes. Me fez crer no amor quando me ensinou nos versos de I'll Be There que eu devia fazer um pacto para trazer de volta a salvação, e eu acreditava que onde existisse o amor, eu estaria lá para resgatá-lo. Cresci amando, as pessoas, os animais, e tudo o que pudesse me dizer que o mundo podia ser lindo.

Tornei-me adolescente e percebi o quanto Michael foi importante e me estimulava nos versos de “Don't Stop 'til You Get Enough” me dizendo para continuar com a minha força e não parar até que estivesse satisfeito. Aos 25 anos, ouvi: “I Just Can't Stop Loving You”, e compreendi alguns anos depois, ao me casar, que minha vida não valeria a pena, se eu não pudesse estar com o meu amor até o fim dos meus dias. Depois amadureci e aprendi com Heal The World que: ou eu me conscientizava sobre a importância de preservar o planeta para os meus filhos e todos os que viveriam depois de mim, ou todos nós acabaríamos de forma triste, feia e trágica.

...CONTINUA...

Anônimo disse...

...CONTINUA...

Conforme as notícias não paravam de chegar e se alongaram por doze dias, até o seu funeral, fui me alimentando da sua vida. Consumi dias inteiros ouvindo suas músicas, lendo sua história e sofrendo tudo o que ele sofreu, com a diferença de que minha posição era muito mais cômoda, já que a pressão foi em cima dele, contudo, não chorei menos por isso, e não chorei também, apenas pela morte do astro, pela perda de um ícone da cultura, da música, pelo Rei do Pop, mas chorei por Michael, pelo menino sensível e incompreendido que sofreu abusos, maus tratos e perseguições implacáveis apenas porque se recusava a crescer.

Quando criança queriam e conseguiram torná-lo um adulto precoce. A quem acusar, se eu também desfrutei do que fizeram? Michael viveu escravo do seu talento até que conseguiu assumir sua própria vida. Mas como assumi-la se a melhor parte dela ele havia perdido ou lhe haviam tomado? Michael queria ser criança, pra sempre e pra isso não mediu esforços. Mas como ser uma criança no meio de adultos? Michael cercou-se de amigos que poderiam lhe compreender e lhe dar em troca os anos perdidos, mas crianças não se governam, estão sempre seguindo os padrões e as orientações de seus responsáveis, homens sagazes que estão sempre atentos em tirar proveito de uma situação atípica, como a de um homem adulto que se cerca de crianças. Um avô que pegue o seu neto e o coloque em seu colo hoje em dia, corre o risco de ser preso por atentado violento ao pudor. Pudor cobrado por uma sociedade despudorada e ao mesmo tempo preconceituosa.

Existiam indícios de que Michael tivesse sido de fato um pedófilo? Se existia ninguém provou nada, absolutamente nada. Mas espere, Michael pagou pelo silêncio, dirão alguns. A verdade, nua e crua é que Michael pagou para não se aborrecer, o resto é conversa fiada, ou então, esses pais que o acusaram são muito piores do que qualquer monstro real ou imaginário, pois nunca, nunca mesmo, deveriam receber qualquer valor de um homem que abusou de seus filhos para que ficassem de bocas fechadas. Ao agirem assim, negociaram a dignidade de seus filhos. O que são estes homens afinal? Michael teve que se conformar com sua triste realidade, ou seja, apesar de ter recursos para proporcionar a si próprio um mundo de fantasia onde não cresceria jamais, a vida, inexorável como só ela sabe ser, não aceitou as regras desse jogo infantil.

...CONTINUA...

Anônimo disse...

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Michael seria para sempre um adulto e adultos não podem se relacionar com crianças, ainda mais se elas não são seus filhos. Perceber isso, ter esse grau de malícia e sagacidade exige uma mente madura e uma criança nunca pensa assim, mas assim era a mente de Michael. O que ele perdeu no passado, nunca mais recuperaria, sua infância estaria para sempre perdida em Neverland, na Terra do Nunca, junto com Peter, Capitão Gancho, Wendy e todas as crianças que se recusaram a crescer. Sou capaz de apostar que essa tenha sido a sua maior dor e o que lhe fez mergulhar numa terrível depressão sem direito a achar o caminho de volta.

Hoje e sempre, escutarei Michael e pensarei em como ele deve ter sofrido, escondendo uma depressão que o consumia, enquanto se esforçava para enganar os que lhe cercavam, quer fosse pelos compromissos assumidos, uma vez que era extremamente responsável, quer fosse para não preocupá-las com seus problemas, utilizando tão somente suas letras para retratar sua dor, com em “Free Willy Song”. Michael tinha que cumprir seus compromissos e para isso era preciso que todos o vissem forte, mas ele estava cada vez mais fraco. A mídia o bombardeava, parecia que estava cansada do seu herói, era preciso que o transformassem em vilão, lhe conduzissem ao limbo para que depois ele pudesse retornar em glória ajudando-os a venderem mais e mais tablóides. Todos se ocupavam da vida de Michael, mas ninguém e nem mesmo o seu dinheiro lhe devolveram a infância perdida.

Certa vez, meu avô, o homem mais maravilhoso que passou pela minha vida, e que sempre me colocava em seu colo para me ensinar alguma coisa, me disse que dentro de mim e de todas as pessoas, existiam dois animais. Um era cruel, mau e capaz de agir sem compaixão, o outro, era bom, dócil e capaz de agir com altruísmo. Mas justamente por esse antagonismo, ambos lutariam sempre, um contra o outro, e apenas um sobreviveria. Então, lhe perguntei sobre quem venceria esta luta interna dentro de mim e dentro das pessoas e quais as conseqüências disso. Vovô me respondeu que o vencedor seria aquele que eu alimentasse. Michael alimentou o animal certo para que nosso mundo fosse melhor, ofereceu o que de mais puro havia dentro dele e por isso, as pessoas agora, vão descobrir que ele é considerado o astro que mais participou e se preocupou com eventos voltados para o bem da humanidade, entretanto, o que entristece, e muito, é saber que a maioria dos que estavam a sua volta, alimentaram o outro animal e infelizmente, por serem muitos e também mais fortes, acabaram com a sua vida, com as suas esperanças em continuar apostando que o mundo poderia melhorar. Michael viverá para sempre dentro de mim e acredito que no coração de muita gente, as histórias que vivi foram acompanhadas por suas letras e agora, minhas lembranças nunca mais se separarão dele.
Descanse em paz, Michael.
Descanse em paz, amigo.

Kito Mello.

Bibi disse...

Belo texto Kito! Bela estréia no BibideBicicleta! Obrigada!