17.6.09

Esse Olhar


Busco, desperto, faço diligência, indago, solicito, peço, promovo encontros. Estou mergulhando em mim a fim de encontrar o sentido que basta. Ou pacifica. Mas nada basta além da liberdade de ser e poder escolher. Você. Você escolhe. Todo dia, toda hora, a cada nova oportunidade há uma opção, uma razão, um renascimento. Estou tentando me entender e te entender. Você, que lê. Estou escrevendo a minha história e deixando-a registrada, na alma, no infinito do instante. Infinito.

Aplico, dentro do possível, o que busquei e processei. Aprendi que viver é um risco constante, mas arriscar-se mesmo é deixar-se morrer. Vivo. Aos poucos. Esvaziar-se de si, aos borbotões. Devemos viver ainda que e apesar de. Devemos deixar sangrar as dificuldades e renascer no refluxo da oportunidade que bate. E ela vem mesmo bater na porta de quem tem vida e arrisca-se a viver... Mesmo quando... Tanto quanto... Além de... Acima de tudo.

Minha angústia chama-se curiosidade. Ela é a raiz de todo entendimento que tento agregar a esse mundo tão imenso que existe dentro de mim. Onde cabem tantos, mas não todos. E cabe a todos quantos escolhi ou fui presenteada pelo suceder de acontecimentos que me foram imputados enquanto eu respirava. E foram aceitos. Aceito o que me é de bom grado. Foi assim com você. Enxerguei antes de ver. Vi antes de saber. Soube assim que encontrei. Encontrei ainda que...

Entender limita e traz responsabilidades. Entendo mecanismos e deixo para que a alma se encarregue de decodificar sentimentos. E os tenho e não posso explicar na ousadia de sentir. Sinto, logo existo. Existo na melhor das realidades: a ótica do amor, que ultrapassa qualquer tipo de barreira. Muitas vezes somos o nosso próprio obstáculo. Parte desse espetáculo chamado vida. Mas eu prefiro a minha vida cheia de aventuras da alma, que com apenas uma grande marca na carne. Ferida que se futuca, sangra. Ferida que se esquece, vira marca da vida. Marcas não sangram, ensinam, dignificam, contam histórias.

Não peço permissão para ser eu. Não preciso de permissão para sentir o que sinto. A minha vida é minha. A decisão está nas mãos de quem arrisca. Ô jogo bom esse jogo da vida. Tenho medo do que é novo e mais ainda de viver o que não posso compreender. Mais medo ainda tenho de não viver e estacionar os meus instantes emocionais em vagas cativas. Eu me entrego ao sabor do que me desperta os instintos mais íntimos. E eles me dizem que vamos ficar bem. Basta querer. Você tem o desejo de ficar bem? Viva! Arrisque-se mais, doe-se mais, sorria mais, abrace mais, seja mais você e menos o que os outros fizeram de você. Torne-se especial a seu modo. Aceite a sua incompreensão diante dos fatos. Conscientize-se que palavras falam e entrelinhas explicam; mas nem sempre justificam. O mundo das letras, assim como o da emoção é tão maior que a nossa concepção. Eu te amo não diz nada, quando nada se quer dizer. Eu te amo pode dizer tudo, sem palavras, na singeleza de um olhar. Não perca esse olhar de vista.

4 comentários:

Ana Martins disse...

Oi Bia!!!
Tô aqui, umas 5:18 da matina. Exausta. Correria total. Sinto falta de vir aqui! Esse seu canto é tudo-de-bom... dá uma paz...
Beijo carinhoso!
Ana

Bibi disse...

O importante é que vc não deixa de vir e deixar mensagens maravilhosas!

joseluis disse...

a vida é assim
um jogo
um fogo
um engodo
a cada dia
um dia novo

Bibi disse...

Que delícia de jogo quando s tem fogo... Não gosto do engodo não mas amo o poder e recomeçar a cada dia.