4.6.09

Flower Power



Existem muitas histórias que ficaram pela metade ao longo do tempo de existência do BibideBicicleta. Sempre falo que vou voltar a elas, mas raramente o faço. Displicência? Claro que não! Se existe uma coisa pela qual eu zelo é meu blog e minhas letras. O que acontece é que eu gosto de deixar a imaginação livre; ou melhor, refém apenas da vontade e do desejo. E assim as pontas vão ficando soltas pelo caminho. Quero voltar a um assunto que deixei inacabado. Acordei essa manhã com vontade de resgatar a história. Você vem comigo?

No post Nova Amiga eu simplesmente digo que não gosto de receber flores. A verdade não é completamente esta e eu fiquei devendo uma melhor explicação. Lá também, eu justifico essa minha “rebeldia” com a seguinte sentença: “Tive um namorado que gastava todo dinheiro dele em flores D-I-R-E-T-O, mas resistia em pagar um cinema, por exemplo. Flores morrem; momentos ficam”. Realmente essa é uma situação que me marcou. Mas gostaria de voltar no tempo...

Encontrei uma explicação histórica sobre o ato de ofertar flores: ao oferecer flores a uma mulher, sempre se tinha o cuidado de escolher não só a espécie, mas também a cor. Só um homem apaixonado ofereceria rosas vermelhas. E nunca a uma jovem. As jovens receberiam as cor-de–rosa ou as brancas, símbolos de delicadeza e pureza, respectivamente. E esse não era um costume surgido naquela época, absolutamente. Conta-se que na Turquia do Século XVIII usavam-se flores como códigos para mensagens, o chamado Código dos Turcos. Na França de 1800 havia um código também, que ficou conhecido como La Langage des fleurs. E na Inglaterra Vitoriana ele era amplamente usado, de maneira mais complexa, porque a forma como se ofertava ou recebia uma flor demonstrava sentimentos e significava respostas. Uma rosa vermelha, já aberta, era demonstração de admiração pela beleza feminina; um botão fechado, com espinhos, queria dizer que o pretendente temia, mas nutria esperança. Se a dama, ao receber o botão, o virasse recatadamente para baixo, significava que não precisava temer, mas também não deveria ter esperança. Se o colocasse nos cabelos, estaria pedindo cuidado; mas se o pusesse sobre o coração... Ah! Suprema glória! O amor era correspondido...

É claro que ainda me sensibilizo com flores em momentos certos. Fico com pena, porque elas morrem; mas gosto quando o seu significado se perpetua. Por exemplo... Eu tinha uns 18 anos e estava em uma espécie de sala de aula. Lotada de gente. Era um dia de domingo e eu estava na igreja. O professor falando, falando, falando... Eu morgada, babando na gravata. Do nada, entra um cara da floricultura com um grande buquê de rosas amarelas. Todo mundo fica excitadíssimo. Era para mim! Fui pega num daqueles momentos de curva, que você está pronto para tirar uma com a cara de alguém, mas esse alguém é você. Junto às flores, um cartão. O cara se declarava apaixonado, mas não assinava. Você pode me dizer: mas isso é lindo!?! Lindo seria se ele se revelasse e tivesse me dado rosas vermelhas! Claro que eu sabia de quem se tratava; mas fiz-me de boba. Adolescente... A pior parte foi ter que ficar me justificando de um a um o tal buquê na minha mão, depois do culto. Morri de vergonha! Sou tímida, mas as pessoas custam a acreditar nesse viés da minha personalidade.

No primeiro aniversário que passei fora de casa, longe dos meus pais, recebi flores. Eu havia viajado e meus pais me esperavam no aeroporto com um buquê de rosas vermelhas! Eu estava morrendo de saudade deles e aquele ato só veio agregar valor ao encontro. Fiquei empolgadíssima e ali compreendi o que são flores certas no momento exato. Um maço de flores do campo já me levou às lágrimas em um momento único, especial e particular. Outra vez, fia uma matéria e a personagem da reportagem me mandou uma orquídea! Nossa, a flor é linda, mas eu não soube cuidar e uma flor caríssima morreu logo. O gesto da moça foi, sem dúvida, de uma delicadeza ímpar; até porque me mandar qualquer outra coisa que não fossem flores, seria antiético. A primeira capa que fiz lotou a redação de capas vermelhas. Fiquei bem boba! Redação é um lugar meio triste e flores alegram o ambiente. Adorei.


Gosto de pétalas de flores espalhadas... Não sou uma insensível, mas é que já fui extremamente romântica e bobinha. Hoje, provavelmente, sou mais exigente. Claro que flores ainda derretem o meu coração; mas que elas venham com um significado, um belo cartão, uma poesia... Mas principalmente com sentimentos que preservem a bela lembrança. Gosto de flores no cabelo, ela me deixam mais feminina, mais sexy. Gosto do perfume que as flores exalam. Gosto de ver as plantas na terra. Essas sim são de uma beleza irretocável. Assim como eu amo ver passarinhos fora de gaiolas, livres pra voar; gosto de ver flores com suas raízes na terra; livres para crescer e cumprir seu ciclo.

10 comentários:

Denise Portes disse...

Bibi
Lindos beijos!
Adorei.
Beijosssss

Bibi disse...

Um beijo Dê!
Adorei te conhecer!

Luke flertando..hahahah disse...

Flores não fazem muito parte do meu cotidiano. Quando dou flores (claro, nunca as recebi), escolho a cor que mais combina com o gosto de quem as vai receber...

Pra você eu daria uma rosa rubra, explodindo. Your red and hot, babe!

Ana Raquel =] disse...

Oieeeeeeee Bibi!!! Nossa, como eu gosto de ver seus comentários lá no meu cantinho! Aiiii eu adoroooo receber flores, mas concordo plenamente com vc, não quero receber "só" flores e deixar de ir ao cinema e nem receber flores sem sentimento, aí é melhor nem dar nada, né?rs Preciso mesmo mudar meu post, estou pensando em algo, mas pra vc ver como é a vida, estou tão desestimulada no serviço e isso acaba afetando o restante, mas não posso deixar, né? Nossa vim aqui e acabei desabafando...rsrsrsrs Ei! Depois coloca seu msn lá na minha página, assim a gente "proseia" mais e pode deixar que eu não publico seu e-mail. Ahhh sabia que o único lugar que eu pedalo é aqui?!?!?rsrsrsrs Bjoooooooooo Bibi

Bibi disse...

Luke: WOW! Mega feliz!

Ana: pedale! Faz bem! Desabafe! Faz muito bem! Viva, que é melhor ainda! E faço do seu blog o estímulo que vc não encontra fora dele!

Fernando Rocha disse...

No filme "Wild strwberry", do Sr.Bergman, esta simbologia das flores é trabalhada no roteiro.

valmir disse...

Eu gosto de dar flores. Qd saio pra jantar com minha namorada e passa um daqueles vendedores querendo oferecer rosas, sempre compro alguma. Claro, só depois de negociar o preço. dia desses, no Leblon, o cara baixou de 6 reais para 1,50!!! Veja bem, era só uma rosa, não tinha pq estar tão cara. A flor murchou minutos depois. Mas valeu pelo momento.

Bibi disse...

Tá vendo Val! Um: constrangedor vc negociar o preço da rosa! Dois: ela morrer assim?! Que "broxa"... Não vc, a flor!

Saulo disse...

Amo receber flores!! Anote aí: Lírios Brancos!!! O aroma é sedutor! Minha mais linda lembrança é do dia dos namorados de 2006... acordei com a casa TODA decorada com pétalas de rosas vermelhas! Inesquecível!!

Bibi disse...

Eu gosto de tulipas e flores do campo. Gostei da idéia de ter buganvilles plantados no portão de casa...