É inverno no Rio. Cidade cercada pelo mar, habitantes solares. Basta a temperatura cair um pouquinho e os primeiros sinas de vento gelado tomarem as ruas, a gente começa a ouvir uma sinfonias de espirros e tosses. Obviamente, aqui em casa não foi diferente. Eu fiquei gripada, depois foi à vez de a minha Mãe ter uma leve, depois meu Pai e agora a minha Mommy arriou de vez.
Pegar uma gripe sem curar direito outra é punk, certo? A minha queriduxa está cortando um dobrado para se curar. Hoje ela resolveu fazer inalação. Ficou na saleta da televisão e ligou o fio no banheiro, bem na passagem do corredor. EU VI O FIO MIL VEZES. Numa das passagens, a calça do meu pijama ficou presa no fio e eu levei o MAIOR tombo dos últimos tempos. Não estava esperando cair, porque eu levantei o pé justamente me protegendo do fio. Foi pior. Caí tal qual jaca podre, sem nem me preparar, me esparramando pelo chão. Eu voei, gente! Estava com um telefone nas mãos, a sorte foi que ele caiu no tapete. Eu me esborrachei no piso mesmo. O resultado foi um joelho vermelho e uma asa caída (estou com dor no braço e no ombro, perto do sovaco). Assim mesmo eu levantei, coloquei gelo e fui para a rua resolver as questões práticas e burocráticas da minha nada mole vida.
Esse tombo me deu o que pensar. Claro que a dor não me deixa esquecer o ato ridículo de sair voando pela sala, mas... O pensamento foi além. A palavra é... Medo. Medo?! Sim, isso mesmo. Não é necessariamente o medo de cair, mas o medo da queda. Vou tentar me explicar melhor.
Depois que resolvi tratar de me conhecer melhor, descobri que tinha muitos medos infundados. Fruto de uma alma ansiosa e controladora. Eram tantos, que eu não podia, sequer, nomeá-los. Foi então que eu aprendi que dizendo o nome das coisas, a gente começa a ter controle sobre elas. Batata! O que me causava e me causa medo? Não posso controlar os eventos do mundo, então só posso ter medo do imponderável. Os eventos que realmente provocam medo nas pessoas nos pegam na curva; para todo o mais nós estamos preparados. Caí de mau jeito num fio que eu sabia estar ali, mas por uma fatalidade a minha calça se enroscou e eu fui ao chão. Estou com dor? Sim! Mas na mesma hora eu me levantei, tomei as medidas médicas necessárias e fui agir a vida. O tombo não me paralisou; assim como o medo não deve me paralisar. E daí se as coisas não saírem da maneira que planejo? E daí? Tai uma palavra que tenho que aprender mais a usar: e daí?!
E daí que eu levei um tombo? E daí que tive o meu coração seriamente partido? E daí que meus amigos nem sempre são ou fazem aquilo que eu espero? E daí que o meu quarto está bagunçado? E daí que eu pedi demissão de um emprego estável para correr atrás de um sonho ainda informe? E daí que eu me apaixono pelos tipos mais diferentes de homens, que não os protótipos de príncipe? E daí que alguns sonhos possam não ser realizados, se há tantos mais para a gente sonhar? E daí que não tenho o carro do ano? O emprego dos sonhos? A casa mais linda ou a mais organizada? E daí se meus filhos forem adotivos? E daí que eu me proponha sempre a perdoar as pessoas que me machucam? E daí que eu gosto de abraçar e que eu tenho fé no ser humano? Me diz você: e daí? E daí?
10 comentários:
Eu sou espontanea e dai?!
O pessoal de Pato Branco adora um daí!
haha
É verdade Sah e seja espontanea sempre!!! Essa é a graça! Não faça tipo, essa é a desgraça!
Lendo esse post rí mt com a história do sovaco!! Hoje mesmo Giovanna queimando em febre, saiu com uma pérola quando falei
-levanta o sovado pra colocar o termômetro:
Quem tem sovaco é homem. Mulher tem axila!
Então Tia Bia, mulher tem axila! Ok??
rsrsrs....
Não vale responder, e dái???!!!
Hehehehehe!!
Do jeito que me quebrei, foi sovaco mesmo!
Nós somos o sexo FORTE!
E daí se gosto das coisas muito bem organizadas, com prazos, metas, etapas e resultados bem definidos? E daí se minhas escolhas de vida incomdam a muitos? E daí se não como frutas, se o único que "perde" com isso sou eu? E daí se não gosto de perambular altas horas da noite? Tenho medo de ser assalto, principalmente se estiver dirigindo, e daí? E daí se não gosto de boates e ambientes fechados com música alta? E daí se desejo uma morte bem sofrida aos fumantes que não respeitam os não-fumantes? E daí se não gosto de dar carona fora dos meus roteiros, quando sou eu quem banca o carro, o combustível e as revisões? E daí se penso mais no futuro que no presente? Sinto saudades nostálgicas sem grandes motivos, e daí? E... daí?
Dani: como eu torço para esta frase ser verdade...
Querida, vc me monstrou como é FORTE!!
Quem te lê, sabe o quanto isso é VERDADE!
Postar um comentário