24.6.09

Passam os Dias


Passam os dias e eu os vou escrevendo como uma engenheira das emoções. Busco ideias e encontro respostas. Nada calculo, mas os eventos parecem ter sido construídos em uma medida exata. Não a que planejei, mas a que faz sentido para um plano maior. Bem maior que eu e as minhas pequenas angústias e alegrias.

Passam os dias e descubro novos espaços dentro de mim. Li que o mundo da emoção é indecifrável pelo mundo das ideias. E não é que a gente tenta encontrar respostas que nos façam sentido? Analisar é possível, mas a arte do encontro é uma variável totalmente imprevisível. A do desencontro também, em menor grau. E sigo pensando que cada um aqui deve fazer a sua parte com consciência, mesmo que suas ideias não decifrem – de verdade – a sua emoção. Há controle em cima de cada decisão que a gente toma nessa vida.

Passam os dias e eu vou vendo que a felicidade é uma caixinha e música delicada. Ela se esconde no cerne de coisas simples; foge daquilo que lhe parece complexo demais. Tem época em que eu tento teorizar demais o que apenas é para ser vivido. E sentido em sua plena simplicidade. E como há beleza e plenitude em coisas simples. Eu gosto de você. Ponto. Existe maior beleza? Maior pureza? Maior entrega? Então por que a gente tem sempre um “mas” para colocar ao fim de sentenças tão simples de se ser e viver...

Passam os dias e ouço repetidamente a mesma sentença: a pior solidão é sentir-se só no meio da multidão. Tenho fatos a acrescentar, já que existe outra sentença que anda de mãos dadas com essa frase: a pior solidão também é achar que você sozinho se basta. A felicidade aprecia o cheiro de gente, o valor de um sorriso trocado, de mãos dadas, de um terno e caloroso abraço, de olhar no olho e comunicar sem sons.

Passam os dias e percebo, mesmo que ainda incrédula, que a felicidade, arteira, cresce em meio aos transtornos da vida. Ao fim de cada luta e da cada percalço, ela parece nos esperar de braços abertos, pronta para nos acolher. E que lá ela sempre esteve, mas não podia se revelar porque toda a jornada é importante para a nossa evolução pessoal e para nosso encontro com ela, que nos motiva e nos desafia.

Passam os dias e me dou conta de que cada vez menos tenho medo de amar; mas cada vez mais tenho medo de não ser amada em retribuição. Esse “apesar de” ainda ronda a minha mente como lobo sedento. É preciso transcender, evoluir, caminhar o caminho que conduz à vitória na minha linha de chegada. É preciso crer tão mais que apenas querer. É preciso esperar... Te espero na ousadia do meu querer.

2 comentários:

Saulo disse...

Existem sentimentos que nos arrancam do ritmo corriqueiro. Nos tranformam em lunáticos, filósofos, astronautas. A paixão é o melhor exemplo: intenso, fugaz, corajoso, ousado, surpreendente!

Bibi disse...

Seria eu lunática, astronauta ou filósofa?