3.6.09

Paul e Linda


No primeiro encontro Paul disse à Linda que a vida era feita de uma reunião de momentos felizes e não uma constante de alegria eterna. Essa frase a fez pensar e reavaliar a sua ótica sobre os recentes acontecimentos. E ela sempre disse que gostava de ser tirada do lugar comum. Era uma “grande” tolinha; como somos, muitas vezes, nós mulheres.

Não, eu não falo de Paul McCartney e a sua Linda, mas de outros personagens. Eles, assim como eu, têm a grandeza e a {quase} necessidade de celebrar todos os pequenos instantes de vitórias que a vida nos dá. Linda acredita piamente que é uma dádiva estar vivo para sentir que pequenas vitórias são parte de um grande processo chamado conquista. Eu passei muito tempo sem entender esses pequenos lampejos de alegria, porque eu só projetava o resultado final. Linda percebeu que o dia de amanhã pode bastar para seus planos, depois que Paul passou a ser realidade na sua vida e não mais um desejo secreto. Não entendo como alguém pode mudar assim, em tão pouco tempo. Não entendia... Até perceber que a mudança parte de nós, internamente, mesmo que ela seja manifesta por eventos de fora. Assim a mudança acontece em um processo ou em um estalo.

Paul me disse, um dia, que a gente pode ser mais feliz saboreando cada uma dessas pequenas vitórias. Eu perguntei: "aos goles?" Ele respondeu: "que seja! Mas seja sempre como você quiser". O que eu quero é sorver a vida pela ventas, numa sofreguidão de acontecimentos e aprendizado.

No segundo encontro, Paul disse que Linda tinha uma felicidade interna muito grande. E que ela conseguia transmitir essa boa sensação apenas com a sua presença. Linda sorriu timidamente, porque sabia que era extremamente só internamente. E que solidão dá muito espaço para as sombras da tristeza. Eu também tive muitos dias tristes, mas confesso que preciso de meus momentos de solidão para me encontrar e me perder e me buscar e me resgatar. Linda não sabe estar só. Paul, por outro lado, gosta muito de estar com os seus botões... Não é como dizem?

Paul e Linda acham que tiveram um encontro sensacional. E que essa alegria é parte desse encontro, que é celebrado a cada reencontro. Não foi Paul que trouxe essa luz à vida dela. Ele só fortaleceu a chama, que arde sem queimar. A chama era essa alegria dela, que atrai e conforta. Eu uso o meu abraço para confortar e trazer para perto. Encontrei a Elma ontem e ela disse que meu abraço foi uma "nota clara". Perguntei: "o que é isso?" Ela disse: "é um som que dá harmonia e paz". Quero ser uma nota clara nos meus abraços e nas minhas palavras. Aprendo com o exemplo de Paul e Linda. Teorizo com as palavras da Elma. Transformo texto em sentimento. Tento.

Sabe... Eu gosto de construir coisas. Não coisas palpáveis, mas sou uma construtora de sonhos. Não construo só os meus, mas também o dos meus. A alegria dos que estão ao meu lado se espraia e me torna fantástica {assim eu me sinto com a vitória dos amigos}. Para mim pouca são as coisas tão contagiantes quanto um bom sorriso. É irresistível. Eu quero te ver e te fazer sorrir em nossos encontros. Eu tenho essa alegria dentro de mim sempre. Essa sou eu mesmo em períodos sombrios. É algo interno e forte. Paul viu isso em Linda logo no primeiro encontro. Espero que vejam em mim sempre.

2 comentários:

Luke desconfiado disse...

Paul e Linda existem mesmo? Ou é uma dessas coisas tipo 'eu tenho um amigo que gostaria de saber..."

Bibi disse...

Paul e Linda existem com outro nome. EXISTEM, mas não estou autorizada a revelar...