Acho que eu nunca contei a vocês, mas... Uma vez eu fiz parte de um grupo de jornalistas que criou uma revista. O nome era: Alvo. Dentro da edição única, que lançamos há uns dois anos, fiquei responsável por fazer uma matéria psicológica. A matéria eu sei que já comentei aqui (falava até sobre a “Jornada de um Herói” e citava Luke Skywalker).
Pois bem, durante as entrevistas que fiz para realizar a matéria, acabei descobrindo um estudo sensacional de um psiquiatra alemão naturalizado americano chamado Erik Erikson, que cunhou a Teoria do Desenvolvimento Psicossocial. E é sobre essa teoria que há tempos eu desejo falar aqui... E fico enrolando. Chegou o dia, porque assim eu disse...
A teoria do desenvolvimento psicossocial prediz que o crescimento psicológico ocorre através de fases – não ao acaso – e depende da interação da pessoa com o meio que a rodeia. Cada fase é atravessada por uma crise e a forma como ela é ultrapassada ao longo de todas as fases irá influenciar a capacidade para se resolverem conflitos inerentes à vida. Se a fase não é bem desenvolvida, ficam-se “tarefas” a serem resolvidas fora das idades (fases) concernentes.
A descoberta de Erik Erikson foi muito importante para o período pós-início do “conhece-te a ti mesmo” e a viagem que eu faço em direção ao mundo das minhas emoções. Ela está apenas começando, mas o conhecimento desses estágios foi um processo extremamente interessante para o meu baú das generalidades pessoais.
1º estágio – confiança/desconfiança – ocorre aproximadamente durante o primeiro ano de vida. A criança adquire ou não uma segurança e confiança em relação a si próprio e ao mundo que a rodeia através da relação com a mãe. Se positiva, ela irá para a próxima fase adaptada a situações futuras e com capacidade de lidar com as pessoas e a problemática social requerida conforme seu amadurecimento. Se negativa, pode desenvolver medos, receios, sentimentos de desconfiança.
2ª estágio – autonomia/dúvida e vergonha – é caracterizado por uma contradição entre a vontade própria e as normas e regras que começaram a surgir dentro da realidade da criança. É hora de explorar o mundo e o seu corpo. Quem está em volta deve estimular a criança a fazer as coisas de forma autônoma, sem a extrema rigidez causará vergonha. Expor as suas vontades com liberdade e segurança – e receber uma explicação sobre cada negativa - é um passo importante na construção da identidade.
3º estágio – iniciativa/culpa – é o amadurecimento da fase anterior, quando a criança já tem a capacidade de distinguir entre o que pode ou não fazer. Este estágio marca a tomada de iniciativa: a criança experimenta diferentes papéis nas brincadeiras em grupo, imita os adultos, têm consciência da individualidade. E deve ser estimulada em suas escolhas sem culpa.
4º estágio – indústria/inferioridade – idade escolar antes da adolescência. A criança percebe a capacidade de produzir e sente-se competente. Neste estágio, a resolução positiva das crises anteriores tem relevância: sem confiança, autonomia e iniciativa, ninguém se sente capaz. A criança deverá estar integrada na escola, uma vez que este é um momento de novos relacionamentos interpessoais importantes. O sentimento de inferioridade pode levar a bloqueios.
5º estágio – identidade/confusão de identidade – Chegou à adolescência. Neste estágio se adquire uma identidade psicossocial: o adolescente precisa entender o seu papel no mundo e ter consciência da sua singularidade. Há uma redefinição dos elementos já adquiridos (crise da adolescência). Fatores que contribuem para a confusão da identidade: perda de laços familiares e falta de apoio no crescimento; expectativas diferente dos pais ou grupo social; dificuldades em lidar com a mudança; falta de laços sociais fora da família e o insucesso no processo de separação emocional entre a criança e os “pais”.
6º estágio – intimidade/isolamento – ocorre entre os vinte e os 30 anos. É a fase do estabelecimento de relações íntimas com outras pessoas. A vertente negativa é o isolamento, por parte dos que não conseguem estabelecer compromissos ou intimidade.
7º estágio – generatividade/estagnação – é a necessidade em orientar a geração seguinte, em investir na sociedade em que está inserido. É uma fase de afirmação pessoal no mundo do trabalho e da família. A vertente negativa leva o indivíduo à estagnação e à centralização em si mesmo.
8º estágio – integridade/desespero – ocorre a partir de 60 anos e é favorável a integração e compreensão do passado. Este estágio é mal ultrapassado quando se renega a vida, se sente fracassado pela falta força física, social e cognitiva.
4 comentários:
Oi
Adorei seu blog.Se vc gosta de cinema,
quando puder, visite o meu.
companiacinematographica.blogspot.com
Abraços
Emilio
Jornalista e documentarista
Oi Gallo!
Welcome!
Como foi que vc me achou?
Bjs
Refresh!! Estudei na facul e nem lembrava! Suscinta e objetiva! òtimo!! Muito se aproveita desta teoria! Em que estágio estamos?! rsrs
A mim falta um tico de alguns... Obviamente pelos quais já passei...
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